Um dos passatempos de crianças e adultos do mundo todo é se fantasiar. Atualmente, pessoas de vários lugares do mundo aderiram ao cosplay – nome dado à prática de fãs que se vestem como personagens de quadrinhos, games, e mangás da maneira mais fiel possível.
A ideia surgiu na década de 70 no Japão, quando pessoas começaram a se vestir como os heróis japoneses dos programas de TV e mangás. Os primeiros adeptos de cosplay no Brasil surgiram nos anos 90 inspirados nos personagens da série Cavaleiros do Zodíaco, exibida na extinta TV Manchete.
Nathália Leckar, 14 anos, estudante de Niterói-RJ, conta que conheceu o cosplay através de um amigo que pediu a ela para fazer o cosplay da Sakura Haruno para uma apresentação. “O cosplay permite que você interaja com a personagem, conheça mais sobre ele e por 30 minutos, você se desliga do mundo real e vive uma fantasia”.
Além de se fantasiar, muitos as confeccionam as roupas eles mesmos, pensando em cada detalhe, algumas vezes até de personagens que não existem. Natália conta que está “começando a desenhar um cosplay original, que provavelmente deve ficar todo pronto em, no máximo, 2010. A Cristally, é meu primeiro cosplay original”. Quem faz um cosplay original “quer refletir 100% de si.”
Quando a fantasia pode se transformar num problema
A psicóloga e pedagoga Aparecida Malandrini Andriatte explica que “o cosplay oferece uma oportunidade a princípio lúdica, uma espécie de brincadeira de ser a personagem. Como num baile de máscaras em que o indivíduo assume a identidade da fantasia”.
Fazer cosplay pode ser divertido, mas também pode se transformar num problema quando a pessoa dedicar muito tempo a seus personagens, deixando de manter relações sociais, afetivas e atividades do cotidiano. Isso fica mais perceptível quando as pessoas “de maneira mais intensa, demonstram certa dificuldade no estabelecimento da própria identidade, recorrendo a ‘identidades e vestimentas de personagens’”, explica a psicóloga. Quando o indivíduo apresenta esse comportamento, é indicado tratamento psicológico que vá além do cosplay para considerar os fatores inconscientes envolvidos.