Dizem que hoje é o Dia do Sexo. Eu não ligo pra essas besteiras de data porque a gente sabe que motivos são criados pra celebrar tudo hoje em dia, mas acho que é uma boa oportunidade para falar sobre algo que vem martelando em minha cabeça há um tempo. Esse é um daqueles textos que eu espero que minha mãe não leia porque, além de ser filha dela, também sou mulher e também tenho hormônios.
Sexo é maravilhoso e é, sem dúvida, uma das melhores coisas que a existência propicia para seres humanos – ao menos eu acho! Tenho muitas amigas que não dão a mínima e outras até declaram não gostar, mas esse não é o meu caso e por isso mesmo vou tocar em um assunto que, em meu ponto de vista, pode ter uma ligação forte com quem tem baixa autoestima (como acontece comigo diversas vezes): o sexo casual.
Um belo dia a sociedade decidiu que era evoluída o suficiente para que indivíduos pudessem usufruir dos benefícios do sexo sem precisar de vínculos afetivos e estabeleceu-se a relação do sexo casual. Você conhece alguém, rola química, se dá bem com a pessoa e pimba: é uma oportunidade, uma saída para quem precisava exorcizar os hormônios gritantes. Esse tipo de relação funciona, na maioria das vezes, como uma ótima resolução para quem não está afim de se relacionar de verdade e não abre mão do prazer sexual. Para muita gente resolve? Não sei…o que eu sei, e digo por experiência própria, é que assim como tudo na vida, o sexo casual tem um prazo de validade e está sempre em uma linha muito tênue.
No filme “Amizade Colorida” o cantor Justin Timberlake fala para a mocinha que sexo casual é uma droga porque, inevitavelmente, em algum momento uma das partes sairá ferida. Claro, estou falando sobre sexo casual com um parceiro(a) fixo(a), ok? Você começa a ficar com a pessoa e claro, vai criando intimidade, vai surgindo um carinho e, muitas vezes, sem que você perceba, um sentimentozinho se instala e ai começa o caos. O que era tranquilo e casual começa a virar neura e o coração começa a doer. É raro você ter sexo casual com uma mesma pessoa por um tempo e uma das partes não começar a desenvolver sentimentos.
Por que estou falando tudo isso? Porque vivi isso na pele – não apenas uma, mas algumas vezes – e vejo uma relação direta com baixa autoestima, mas que fique claro: isso não se aplica a todas as pessoas. É apenas uma visão minha que não se adequa a todo mundo, ok? Quando a gente tá assim, se sentindo feia, detestando o nosso corpo e botando defeito em tudo, a gente acaba achando que nunca ninguém vai gostar de nós pelo o que somos – e isso é MUITO errado – e, às vezes, acabamos aceitando migalhas por medo de ficarmos sozinhas ou simplesmente pra escanteio porque sim, o desespero e o medo também batem.
“É melhor ter isso do que nada, do que não viver, do que esperar o que eu sonho acontecer”. Repeti essa frase pra mim mesma inúmeras vezes porque já que não aparecia alguém para compartilhar uma relação de verdade comigo, eu aceitava a migalha que alguns rapazes estavam dispostos a me dar. Alguns se tornaram meus amigos e tivemos uma “relação de sexo casual saudável”, mas há aquele que virou amor e que me fez passar por um abismo; há aquele que era muito bacana comigo no durante, mas que depois fez as coisas mais absurdas para me ferir e há aqueles que me trataram como um simples objeto. Não desenvolvi sentimento por todos eles, mas de uma forma ou de outra, TODOS os rapazes com quem eu tive relações de sexo casual acabaram me magoando de alguma forma.
Faz parte da vida? Faz! A gente aprende? Aprende, mas até que ponto você está disposta a se anular para aceitar migalhas enquanto aquilo que você realmente quer não aparece? É uma noite de sexo que vai preencher o vazio que você sente em sua cama todos os dias? É esse cara que te liga no meio da noite querendo o seu corpo que vai te dar um abraço e te fazer um carinho quando você estiver passando por uma situação difícil? Não! E sabe do que mais? Mesmo aquelas que têm um namorado ou marido às vezes não encontram neles a ajuda ou o afeto que precisam e sabe por que? PORQUE A GENTE PRECISA DE AMOR PRÓPRIO E ISSO NÃO VEM DO OUTRO, VEM DE NÓS PARA NÓS MESMAS.
Não tenho nada contra o sexo casual desde que você tenha certeza do que está fazendo, que se cuide, se proteja e faça as coisas com responsabilidade física e emocional. Você tem que saber que está entrando em um território muito delicado e há grandes chances de sair machucada. Pense no real motivo de ter optado pelo sexo casual: se você estiver aceitando simplesmente porque a vida não está lhe oferecendo algo melhor, como eu mesma já fiz várias vezes, é melhor dar dois passos para trás e nem começar. Em vez de ir pra cama com um cara que não vai te dar valor, que tal começar a descobrir como você pode exercitar o seu amor próprio? A gente tem que parar de achar que é o amor do outro que vai suprir essa necessidade de aceitação e essa carência que muitas vezes a gente sente. Falo isso pra você, mas tô falando mais ainda pra mim!
Ter uma relação saudável e verdadeira hoje em dia está realmente muito difícil, mas isso não significa que você tem que sair por aí aceitando qualquer coisa e passando por cima dos seus valores e do seu amor próprio achando que isso vai te fazer feliz porque não vai. No final das contas você pode acabar ainda mais machucada do que já estava, então pense, avalie as possibilidades e lembre-se: o outro nunca irá suprir o tipo de amor que apenas você mesma pode se dar! Pense nisso!
23 comments
Erica
Adorei seu texto, muito bom e é pra refletir mesmo. Vou compartilhar na fan page do meu blog Combinação Plus Size. Beijinhos
Bruna Bastos
Amei o texto sis, é isso aí que estávamos falando aquele dia no carro,lembra? Chega uma hora em que alguém vai se envolver e nem sempre isso dá certo… temos que nos amar 100% mesmo, para não aceitar qualquer coisa que passe na nossa frente e tire nossa atenção e mais pra frente nos prejudique =)
Beijos golda!
Lariça
Muito bom!
Mulher segura do que quer e dona de sua própria história.
🙂
Ana Paula
Nossa Paula, mais uma vez, vi meu auto retrato….muito obrigada.
Amanda Peres
Paula, mais um texto fantástico! Conheci o blog a poucas semanas, mas a cada post pego mais amor por ele. Você fala de sentimentos e situações tão comuns que a identificação é naturalmente automatica.
Parabéns!
Bjinhos…
Paula Bastos
Amanda, que fofa! São comentários como os seus que me fazem ter vontade de continuar fazendo o trabalho que faço! Um beijo grande!
Flávia
Parabéns pelo post. Sensacional!
Paulinha
É isso aí, sinto-me assim também. Todas as vezes que fiz sexo casual estava com a auto estima baixa, e algumas vezes fiquei frustrada imaginando que poderia ter uma sequencia. Li hoje (no Ocioso), uma “pesquisa” que alardeava os benefícios do sexo entre amigos, coisa que comigo nunca rolou. Ou vc mantém a amizade ou rola sexo e estraga tudo, pinta ciúme, posse etc…. Se for casual que seja com um estranho! Parabéns, muito bem escrito.
Juliana Kelly
AMEI O TEXTO,ACHO QUE MUITAS DE NÓS MULHERES JÁ PASSAMOS POR ISSO,PARABÉNS.
vivi candido
Amei esse texto,veio em uma hora muito boa pra mim…
lidia
Meu medo é tanto que nemsexo faço mais…rsrsrsrs. Complicado ser uma celibatária, mas prefiro assim. Sexo casual sempre me deixava um vazio enorme, como se eu estivesse me pinindo de alguma forma! O durante era até legal, mas o depois…me sentia usada, péssima e resolvi por mim mesma, não me maltratar mais e se tiver que acontecer alguma coisa, vai acontecer! Simplesmente desencanei!!!
Paula Bastos
É sim! O vazio não compensa o crime. Na hora certa as coisas acontecem…também espero isso pra minha vida! 😉
Rogéria
Dá pra ter sexo casual (continuadamente) sem se apegar…. aprendi depois de mts “porrada”…. hj tenho meus P.A.s e curto bastante…..
Paula Bastos
Sim, com certeza dá, mas nem todo mundo consegue depois de ficar um tempo razoável com o mesmo cara! Mas é isso: a gente vive e aprende e é assim que vamos evoluindo. Beijão!
Nomejailma
Faz pouco tempo q comecei a ler seus textos ,é um melhor q outro parece q vc ler pensamentos e consegue descrever td q se passa comigo,vc é d+!!!
Paula Bastos
Ahhh Jailma, que bom!! Fiquei feliz demais! Espero que passe sempre por aqui. Um beijão! 😉
Menne Viana
Adoro seu blog o acompanho sempre pois você trata a realidade de nos com total autencidade e propriedade de quem realmente se importa não só com questões visuais como o bem estar que de certa forma esta ligado ao nosso exterior Parabéns !
Paula Bastos
Menne, muito obrigada pelo feedback! Fiquei muito feliz em saber que você acompanha meu trabalho e gosta da forma como abordo os assuntos!
Um grande beijo <3
raquel
Paula adoro as coisas que vc posta ! Mi achuda muito
Maria
Nunca tive sexo casual, ainda nem iniciei minha vida sexual, mas gostei muito do seu texto, aprendi muito. Sempre fui uma garota muito sensível, muito ligada aos outros, muitas vezes até mesmo me esquecendo de mim mesma. Obrigada por me falar do valor próprio, muito obrigada por ajudar a transformar uma garota numa mulher mais segura de si e de suas suavidades. Beijinhos. 🙂
Nina
O que me faz falta no sexo casual é o carinho. Não consigo entender o porquê dos homens separarem tanto isso. Ser carinhoso (a) não significa estar apaixonado, gente. Detesto aquela frieza depois do sexo. Faz nem valer a pena. Tudo bem uma conchinha, carinho e beijo. É bom e acho que os caras curtiriam mais. Acabo sentindo uma solidão tendo alguém do meu lado, então é melhor ficar sozinha mesmo, rs.
🙂
marielle
Olha, eu estava passando por uma situação parecida e resolvi colocar um fim nessa relação.
O meu problema é que as vezes penso e tenho vontade de voltar a trás. É difícil .
Samy
Nossa. Esse texto me fez pensar muito
Saio há 6 meses com um cara que virou amizade colorida. No começo estava bom. Mas agora me vejo querendo algo mais pq gosto dele e ele diz não estar apaixonado, mas não quer terminar. Ele gosta mas não ama e nem está apaixonado, eu não o amo. Mas gosto muito dele e sinto falta de fazer coisas além de só sexo. E no fim não tenho coragem de por um ponto final pq tenho medo de ficar sozinha. Pq tô cansada de começa tudo do zero.
Obrigada.