As mulheres costumam ter uma melhor amiga. Eu tenho uma que nasceu comigo, cresceu comigo e há 27 anos convivemos juntas, feito unha e carne. Justamente por termos sido criadas juntas é que ela marcou muitos episódios em minha vida e hoje, devido a uma circunstância que citarei adiante, as lembranças de um passado não tão distante vieram à tona.
Morava em um bairro cheio de meninas. Durante a infância ser gorda não era tão problemático na vizinhança. Claro que vez ou outra alguém tirava sarro, mas o problema maior era na escola. No bairro, quem reinava era Mimi: a linda menina dona de cabelos loiros, olhos claros – brilhantes como os de um gato – e corpo escultural. Todas as meninas queriam se parecer com ela, queriam ter a beleza que ela tinha. Se inveja matasse, a coitada estaria morta.
Eu…bem, eu era a amiga gorda – a patinho feio da turma. Quando a adolescência chegou e os hormônios afloraram, vieram os xingamentos. Até de “miss capeta” fui chamada certa vez pela turminha da vizinhança. Tudo porque eu era muito mais alta que as outras meninas e gordinha. Eu e Mimi éramos tão unidas que todas as vezes em que alguém me ofendia, ela me defendia. Ela passou anos tentando me convencer de que eu era bonita, de que meu corpo não me tornava feia e que eu tinha que me dar valor.
Nunca tive inveja dela porque nossa amizade é dessas que hoje ninguém acha que existe mais. Ela é tão minha irmã quanto minha irmã de sangue e compramos briga uma pela outra. Ela é, sem dúvida alguma, uma das pessoas que mais admiro e cuja beleza me enche os olhos. Eu a admiro e muito. Ela é linda de várias formas diferentes – não só porque foi abençoada com beleza física, mas porque é uma pessoa de caráter, com um coração sensacional.
Como a adolescência é uma das fases mais marcantes de nossas vidas, digo que passei esse período todo à sombra dela. Sim, porque como éramos grudadas, ela era a beldade e eu a amiga – aquela a quem as pessoas se referem “ah, é a amiga da fulana”. Os meninos sempre me procuravam para saber coisas dela, pois queriam conquistá-la; ela era o centro das atenções e eu ficava ali, quieta e só observava, pois sabia que as coisas que aconteciam com ela nunca aconteceriam comigo – quero dizer, eu nunca seria o alvo dos olhares masculinos por onde passava.
Certa vez tivemos uma conversa e me lembro muito bem das coisas que ela me disse. Eu estava mal na época, me sentindo muito desvalorizada. Ela começou a apontar valores que via em mim. Rapidamente melhorei e me lembro até hoje que ela disse que tinha inveja da pessoa que eu era porque eu encantava a todo mundo e tinha uma personalidade tão marcante que a fazia olhar no espelho todos os dias e desejar ser como eu era. “Não adianta ser bonita e apática” – ela disse. Confesso que fiquei meio em choque…alguém querendo ser como eu? Parecia loucura.
Estou contando tudo isso a vocês porque hoje aconteceu algo que me lembrou de tudo isso. Estava em uma festa na casa dela e por algum motivo comecei a falar por SMS com o cara que eu gosto. Ele a conhece e, obviamente, a acha muito bonita. Brinquei dizendo que ela estava dançando “É o Tchan” – coisa que eu nunca a havia visto fazer na vida – e ele respondeu dizendo que provavelmente muitos homens estariam babando a vendo dançar.
Aquilo mexeu comigo, obviamente. É como se mais uma vez eu tivesse ficado de escanteio porque a beleza dela era iminente. Imediatamente aquele filme da infância e da adolescência passou por minha cabeça. Me lembrei de nossas festinhas, nossas idas ao shopping, nossos momentos em turminha na casa de alguém. Me lembrei, inclusive, da história que mais me marcou e que me deixou com uma sequela enorme que até hoje não cicatrizou.
No dia de meu aniversário de 14 anos, o menino que eu gostava – o mais bonito da turma e mais velho – fingiu estar bêbado para ficar comigo, para poder alegar no dia seguinte que havia me beijado por estar bêbado. Uma amiga da onça soube do plano do garoto e veio me dizer, em minha própria festa, que aquilo não passava de uma aposta que Mimi havia feito com ele, ou melhor dizendo, uma troca: se ele ficasse comigo, para me deixar feliz, ela ficaria com ele. Eu fiquei chocada com a garota e disse a ela que conhecia a amiga que tinha e que ela jamais faria aquilo comigo. Fui tirar a história a limpo e o menino acabou confessando que sim, que ele também gostava de mim, mas que não tinha coragem de me assumir para a turma porque eu era gordinha e ele seria zoado por todos.
Aquilo me marcou e muito. Quer dizer que alguém tinha que alegar que estava bêbado para ficar comigo? Essa ferida me arrombou por muitos anos e ela é, sem sombra de dúvidas, uma das grandes colaboradoras para minha baixa autoestima. Tem coisas que marcam para sempre. Essa ficou como tatuagem.
Hoje, quando o cara que eu gosto disse aquelas coisas sobre ela – até onde sei ele não está interessado nela, antes que me perguntem – me lembrei de todos esses momentos que vivi sob a sombra dela. Eu nunca serei a menina que dança na festa e deixa os homens babando; nunca serei a menina que chega a um lugar e atrai os olhares, que sai bonita em todas as fotos. Essa simplesmente não sou eu.
Certa vez, anos atrás, me lembro de ter lido numa comunidade do Orkut pró-bulimia que toda menina magra tinha que ter uma amiga gorda para poder se auto-afirmar, pois com a gorda ao lado, a autoestima da magra ia às alturas: todos os olhares eram para a magra e ela ainda poderia se gabar de todas as roupas lindas da moda que poderia usar, ou seja, a gorda era essencial na vida da magra.
Eu quis usar esse espaço de editorial para desabafar com vocês e dividir um pouco da minha dor, pois sei que assim como eu, muitas de vocês também devem ter uma amiga linda que faz com que você se sinta desvalorizada em alguns momentos. A verdade é que somos todos diferentes: alguns têm mais beleza, outros têm mais personalidade, outros são abençoados e têm as duas coisas. Ao final de tudo isso, o que quero mesmo dizer é que sou grata pela linda amiga que tenho que nunca me deixou na mão, que sempre me defendeu, que até hoje tenta me convencer de que sou bonita e que sabe, acima de tudo, que beleza é efêmera e que o valor do que realmente importa está no caráter e no coração.
Embora nos sintamos inferiores em alguns momentos, principalmente quando estamos rodeadas de mulheres bonitas, pense nos seus valores, lembre-se de quem você é e, acima de tudo, saiba que deixar os homens babando é algo totalmente momentâneo. Agora eles olham para uma e daqui cinco minutos estarão olhando para outra, então foque no que é realmente importante. Invista em você, procure melhorar sua autoestima – assim como tento melhorar a minha diariamente dizendo para mim mesma que não é um corpo que define quem eu sou, mas sim minha alma. Se por muitos anos vivi sob a sombra de Mimi, hoje conquistei meu próprio espaço e sei que embora muitos homens possam não olhar para mim e me desejar por não ser a modelete ou a gostosona – aqueles que olham sabem muito bem que a moça aqui segura o rojão e dá conta do recado e honestamente, é isso que me importa. Não tenho necessidade de agradar a uma multidão. Agradando a quem me interessa, o resto é resto ;-]
27 comments
kalli
Eu era amiga nada mais nada menos do que da MISS da minha cidade hahahhaa, mais sabe eu nunca vivi esses sentimentos.
Pq minha melhor amiga é uma pessoa magra normal + não é nada que pare o trânsito.
Eu costumo brincar que não gosto de sair com gente bonita hahahhaa pq ai eu fico ofuscada gosto se possivel de amigas feias kkkkkkkkkkkkkkk.
Mais concluindo vc é linda e to muertaaaaaaaa de curiosidade de ver uma foto da mimi kkkkkkkkkkkk.
Lini
Girl… vou repetir o que eu já te disse via twitter quando me avisou que tinha um post novinho….
minha mãe falava que se eu andasse em bando nunca conseguiria arrumar um gatinho…e não é que ela tinha verdade?
Eu saía pra baladinha com várias meninas..e de todos tipos de beleza e características…eu não era o patinho feio..mas também não era a mais modelete…rsrs…
Aí eu um dia vi a atitude de uma do bando e percebi…que ela ia dar umas voltinhas sozinha e sempre arrumava um mocinho pra pelo menos conversar ou dançar…
Fui esperta benhê….
Resumo da ópera… o dia que eu fiquei sozinha num cantinho de boa (pois peguei carona com uma amiga e o namorado dela pra ir pra uma festinha) …um príncipe apareceu….
Então acorda princesinha Paula!!!!!!! Senão o príncepe vai ficar perdido e não vai te achar no meio do bando…e vai olhar pra que mais dança “É o tchan” …..kkkkkk….
Fábio Rodrigues
Nunca fui amigo dos caras fodões da escola, meus amigos estiveram sempre na contramão disso tudo. Nunca fui apaixonado pela garota mais popular, sempre preferi as gordinhas, ou as esquisitinhas, recatadas e tímidas. Então não sei como é passar por tudo isso…
mas conheço, teoricamente, todo esse drama que aflige diversas pessoas ainda hoje, traumas que as pessoas deixam de lado mas que não cessam…
Acredito que esse desabafo possa iluminar a mente de varias pessoas e propor um belo debate sobre o tema, para que possamos refletir sobre nós, nossas escolhas e condutas.
Ana Magal
É Paulinhaaa… eu vivi isso e ainda vivo. Por incrível que pareça todas as minhas amigas sempre foram ‘as gostosas’, inclusive minhas primas mais novas. Então sempre fui deixada de escanteio… Pior que eu até evito sair com elas, e elas entendem o porquê, porque eu já falei abertamente…
Sempre viro a ‘amiga gorda’ que os carinhas se aproximam para pedir para ‘apresentar a amiga’… é chato, incomoda e dói… Por isso, não saio mesmo. Qdo quero encontrá-las, vou na casa, vamos ao shopping… mas baladas e festinhas? Tô fora, pq sei que quem vai chorar quando eu for pra casa sou eu.
e não adianta dizerem que não incomoda, porque incomoda sim. Incomodava quando eu tinha 13 anos e incomoda agora com 34…
Felipe Paranhos
Há muito tempo eu não chorava com um texto. Havia esquecido o que era isso. Lindo, lindo.
Assim como o cara aí em cima, nunca olhei pras meninas que todos cobiçavam. Mas era um daqueles excluídos que às vezes sonhava em ser um dos fodões da sala.
Nada como a maturidade pra mostrar que tentar ser igual aos amigos é justamente o que faz dos fodões meio babacas. A graça é ser diferente.
Dani
Oiê,
Olhá só, entendo perfeitamenteeeeeeeeeeee o que vc passou. Nossas estórias são bem parecidas. Mas o mais interessante Paula, é que vc consegue identificar o que é mais importante hoje. Tá bom, não adianta negar que a sensação de ser admirada é tdb, mas ao analisarmos que a velhice vem pra todo mundo e que a tendência é ficarmos parecidos exteriormente como um maracujá de gaveta, vale muito mais cuidarmos da nossa essência interior, adquirir conhecimento e mantermos em alta nossos valores reais. E o amor irá chegar (tb tô esperando – rsrsrsrsrs).
Bjks mil
Dani
PS: Quando falo em cuidar do interior, não quer dizer relaxar exteriormente. Muito pelo contrário, tem que cuidar do lado de fora tb! Verdade seja dita: temos o nosso charme!
Isabela
Lindo texto, Paula. Confesso que me emocionou, postei no meu blog também. Passou um filme na minha cabeça. Passei por situações muito parecidas com as suas. Você consegue abordar um assunto tão difícil de uma maneira muito delicada. Parabéns pelo texto e pela amizade. Fica bem!
Bruna
Muito lindo o texto! Você deve ter acertado em cheio muitas das situações pelas quais nós gordinhas, já passamos na nossa adolescência. Eu também fui vítima dessa fase…aliás,acho que até hoje sou… Todas as minhas amigas são magras e bonitas e eu claro, sempre fico para trás por ser gordinha.
Você repara que elas chamam mais atenção do que a gordinha propriamente dita…mas, hoje em dia eu nem ligo mais pra isso. Tenho que ser feliz com o que eu tenho, não com que eu desejaria ter…
Muito bom o texto, realmente é muito sincero e emociona!
Paula
Xará, adorei e e te digo que comigo foi a mesma coisa, mas como eu sou teimosa e cabeça dura, aprendi a mesma coisa que vc, a me valorizar e ser feliz com o que tenho e o que sou!
Bjs,
Paula
Gabriel Oliveira
Hoje em dia vemos cada vez mais isso acontecer.. Sempre tem as amigas bonitas, e a feia ‘jogada’ pra escanteio.. Mas com certeza, se for olhar a fundo, quem merece a admiração de todos é a feia, que na verdade não é feia. Quem é que decidiu quem é feio e quem é bonito, quem é gordo e quem é magro? Não acredito no padrão de beleza atual, tenho meu gosto, e eu antes de criar uma imagem da pessoa, tento conhecê-la melhor, pois a ‘mais feia’ tem muito mais chance de ser a melhor pessoa que existe no mundo. Meus amigos sempre me dizem que meu gosto é meio estranho, mas sempre falo: “Gosto é que nem #&, cada um tem o seu”.
Paula, pode ter certeza que todas essas pessoas que te colocavam apelidos não merecem olhar nos seus olhos, ficar sob o mesmo teto, pois esses ridículos não sabem apreciar a verdadeira beleza das pessoas, que é a personalidade de cada um. Não existe coisa melhor do que conversar com uma pessoa de bom caráter, que sabe o que é a vida de verdade. Prima, eu não te trocaria por nenhuma ‘gostosa’, pois sei a verdadeira pessoa que você é, uma das melhores pessoas desse mundo. Eu não converso com o corpo da pessoa, eu não tenho amizade, nem carinho por corpo de ninguém.
Julgar a pessoa pelo seu corpo cabe aos ridículos de plantão ai. Tentem, pelo menos UMA vez, procurar saber como é o psicológico daquela pessoa, e com certeza verão que é muito melhor do que qualquer gostosa aí.
Paula, eu te amo. De seu mais amado primo, Gabriel Oliveira
Ligia Aguilhar
Que lindo texto, Paula. É muito triste constatar mais uma vez como a nossa sociedade é doente e prega os valores errados. O importante é você conseguir identificar o que realmente importa e não se deixar levar por toda essa superficialidade.Lindo exemplo a amizade de vcs!
Ma Albergarias
Eu uma vez escrevi um texto sobre a inversão de valores: atualmente, todo mundo é perfeito, cabelos compridos e ulta lisios, corpo escultural á custa de muita lipo, silicone.
E a beçleza natural?
Ficou para trás?
E a beleza que vem de dentro?
Viver à sombra?
Não creio.
Vocês , eram belezas complementares uma da outra.
União perfeita, tanto que dura até hj.
Mas quando a gente é adolescente, se sente assim mesmo.
Patinho feio, a que vive relegada a 2o plano. mas passa,. não é mesmo.
O que vale é o que vc tem e a amiga valiosa que possui.
Os que zoaram vc, ficaram pra trás , em algum canto esquecido da memória.
Passaram.
Para sempre!!!
Rick
Uau, não posso simplesmente passar por um texto desses sem deixar um comentario, não dá. Sei como voce se sente, embora entre os meninos essas coisas acontecem um pouco ao contrario, não é pq ele é bonitao e sim pq ele tem talento, ele sabe jogar bola, trepar na arvore, catar coquinho e dar cambalhota…..rsrsrsrsrs
mas assim, a gente cresce e ve oq realmente importa…e é isso que vale..
e mesmo com todos esses problemas a sua amizade e da Mimi nao se abalou, pq é ela que importa…e beleza é algo tao intrinseco…cada um ve de um jeito……e nem q vc seja linda e maravilhosa somente pra um cara, é isso q importa! mais vale um na mao, do que todos voando…
beijao, otimo texto.
Lu
Paris, meu bem, seu texto é lindo e essa história, minha nossa!
Sabe o mais bacana desse texto? A maioria das mulheres se identificam com ele. Eu me identifiquei muito. Sempre andei com amigas lindas e era a esquisita/feinha do grupo, por ser muito magrela e ter o cabelo crespão, totalmente diferente das minhas amigas loiras, peitudas com cabelos de comercial de xampu. São coisas que muita gente passa na vida, e que quando a gente lembra, vê que serviu pra fazer a gente crescer. Hoje me aceito mais como eu sou, tenho 1.70 e 56 quilos e sei que muita gente gostaria de atingir essa “marca”, mas só agora estou começando a gostar do meu corpo de verdade, sem neura. Isso porque minha vida inteira ouvi que eu era muito magrela e que isso era feio. Ou seja, vejam que mundinho é esse que a gente vive, não pode ser gorda, não pode ser magrela.
Daí que hoje, quando paro pra pensar, não troco o que tenho hoje, o que consegui acumular de conhecimento, experiências, tudo isso, não troco pela vida baladada que minhas amigas tiveram. Mas a luta pela recuperação da auto-estima continua, viu?
😀
Luara VC
Oie
Eu precisava passar aqui pra comentar…
História triste, mas um texto lindo. O final do seu texto então, nem se fala.
Acho q só aprendi a me respeitar, me valorizar e ter a ctz de q eu tb mereço as coisas boas da vida depois de passar pro time G, há uns 5 anos. E no fundo são essas conquistas que importam e que fazem diferença na vida. Como minha mãe sempre diz: “se vc não gostar de vc, ninguém vai. Se vc não se der o respeito, ninguém vai dar”.
Paula, parabéns!!!Pelo texto, pela iniciativa, pelo blog e principalmente pela coragem de falar abertamente sobre coisas tão pessoais. “Não tenho necessidade de agradar a uma multidão. Agradando a quem me interessa, o resto é resto” Perfeito!
Foi um prazer te conhecer na Blogo, boleira. 😀
Bjoss
Camila
Paula, teus textos são fantásticos. Eu sei exatamente como é passar por tudo isso, e vivi grande parte das coisas que você contou acima. Fui muito gordinha dos 8 aos 19 anos e entendo perfeitamente cada pedacinho da sua história. Hoje estou magra (mas ainda tenho meus pneuzinhos, porque sou filha de Deus e adoro um doce), mas não deixo de defender as meninas gordinhas por aí. Desde quando você precisa ser esquelética ou ter curvas esculturais pra ter personalidade e ser amada?
Acho ótimo que você compartilhe essas experiências na internet. É preciso tirar da cabeça das pessoas que você só pode ser feliz se for igual à menina da capa da revista. Toda mulher é linda do seu próprio jeito, com os defeitos e qualidades que fazem dela um ser singular. Por isso, meus parabéns por ser tão corajosa e assumir essa sua beleza única, da qual você deve ser orgulhar a cada olhada no espelho.
Um abraço apertado e muito sucesso, menina!
Nary
Já vivi coisas bem parecidas e entendo toda a dor.
Ser gordinha na adolescência é aprender na marra a desenvolver outras qualidades (que a gente nem sabe que tem) pra se destacar.
O mundo é cruel.
Mas ainda bem que essas coisas passam (passam?) e que a gente aprende com elas.
Beijo!
Lais
Paula, eu fiquei emocionada ao ler o lindo texto que você escreveu carregado de lembrança boas, amargas, de amizade, de dor e principalmente de superação.
Obrigada por repartir as suas emoções de uma forma tão sublime.
PARABÉNS !!!!!!
Um grande abraço
Lais
Paula Bastos
Lais,
Muito obrigada pelas palavras e pelo carinho!
Um beijo grande <3
Nem
Eu não tive a mesma sorte da Mimi: era a mais bonita do grupo e as “amigas” tinham inveja de mim. Ainda bem que perdi o contato com elas.
Victória
Oi, me identifiquei muito com a parte de “Ah, é a amiga de fulana” EU TO VIVENDO isso, e não desejo nem ao meu pior inimigo, é se sentir invisível, é como se ninguém se importasse com vc, com se nem soubessem da sua existência. Minha “melhor amiga” não tenta me colocar pra cima, ela faz o contrário, e eu me sinto mal. me olho no espelho e me acho linda, mas quando estou com ela me sinto horrível… mudamos de escola esse ano e eu não tenho facilidade em fazer amigos, ela tem, e muita. percebo ela se afastando, e me percebo ficando sozinha, eu por mim mesma em um território desconhecido. não sei o que fazer, na verdade eu já queria acabar com essa amizade por outros motivos, mas agora percebo que ela não é realmente minha amiga. Mas caramba, se não for ela, etão quem vai ser? as únicas amigas feito irmãs que tenho eu só vejo umas 4 vezes no mês. não conheço ninguém ali dentro, e sinceramente, eu to com medo. eu vivi muito tempo na sombra dela, e eu queria para com isso esse ano, porque seria uma nova escola e tudo novo, só que agora nem na sombra eu vivo, eu simplesmente não vivo, ninguém me enxerga.
Paula Bastos
Oi Victória!
Eu te enxerguei e vi nas suas palavras a sua dor. Em primeiro lugar, se essa menina não te coloca para cima e ainda faz você se sentir pior, ela não é sua amiga de verdade e se afastar dela, por mais difícil que possa parecer, às vezes é a melhor escolha. Talvez você seja tímida, mas de onde vem essa timidez? Vem do medo de ser julgada por outras pessoas? O primeiro passo para fazer amigos é tentar se abrir, conversar, dar sorrisos e isso você só vai conseguir tentando. Na vida teremos que superar muitos obstáculos e talvez esse seja um que você vai ter que driblar e não é tão difícil: vá por mim e tente! Para você ser enxergada, em primeiro lugar, você tem que acreditar que existem coisas boas em você e querer mostrar isso para os demais. Trabalhe em cima de sua confiança e autoestima e, como eu disse, vá tentando puxar conversa. Pode ser que um ou dois virem a cara para você, mas alguém vai gostar dos seus assuntos, vai se identificar. Você só precisa acreditar mais em você, botar fé no seu taco e tentar. Vá em frente e se precisar, estou aqui! <3
Beijo
Lauro Gomes
Eu sempre virava o amigão das garotas, mas essa história de ser bonzinho e o ombro amigo não dá certo… Tem que ter atitude e postura de homem para atrair a mulherada
Celina Mindo
Amei o artigo senti na história tudo oque tem acontecido comigo na faculdade,tenho uma amiga emque todos os homens babam, até professores, chego asentir mi invalida.ate parece que não sou mulher..mais foi de grande ajuda pra min, pretendo seguir suas dicas…
Jaqueline
Oi Paula… seu artigo me tocou muito…
Confesso que estava pesquisando outro assunto mas o google me trouxe até o seu blog e li o texto até o final : )
Posso te dizer que já estive dos dois lados, na adolescência tb me sentia um patinho feio e tinha como amiga a menina mais bonita e deseja (e invejada) da escola que tentava tb me convencer de que eu tb era bonita. Infelizmente a nossa amizade não durou como a sua com a Mimi.
Quando fiz 21 anos resolvi que não seria feliz se não melhorasse (mudasse) a minha aparência e assim fiz. Depois de emagrecer, deixar os cabelos mais loiros, investir em roupas e maquiagem… lá estava eu, vivendo a experiência de ser desejada, o centro das atenções, e invejada… rsrs
Por um tempo pareceu como uma terapia… e acho que eu precisava disso… rsrs
Assim como você eu costumava ser aquela pessoa de personalidade incrível, amiga maravilhosa, pessoa generosa, inteligente com excelente notas na escola que salvava os amigos de repetirem de ano…
Quando mudei minha aparência o que no ínicio parecia um resgate da minha autoestima se tornou a minha maior preocupação… depois de alguns anos eu estava me definindo pela minha aparência, sempre preocupada com isso… sempre investindo nisso e achando que nunca estava bom o bastante, me sentia infeliz e não sabia o porquê.
Quando comecei a estudar o autoconhecimento, uma coaching através de uma paletra online nos pediu que escrevéssemos 10 coisas que mais gostávamos em nós mesmos, eu travei… achei que 10 era muito… rsrs… mas de repente lembrei de mim mesma mais nova e naquilo que impressionava em mim nas pessoas… lembrei de tanta coisa que passei dos 20… e me dei conta que tinha me esquecido do melhor de mim…
Tirei o foco da aparência e com 30 anos o importante era a qualidade de vida que queria me proporcionar, era o bem estar de acordar todas as manhãs e a paz ao dormir a noite.
Sem loucuras, cuidei melhor da minha alimentação, fui morar perto da praia, curtir a natureza do que ficar dentro de uma academia… respirar a vida que existe pra mim.
O corpo mais saudável chegou ao seu estado natural, sem tanta tintura e maquiagem, minha pele e cabelos ficaram melhores e mais bonitos… eu me reconquistei e nunca me senti tão bonita. Na verdade é tudo que importa, aquela beleza de ter tanta sorte de ser EU.
Obrigada pelo seu texto tão sincero.
Quanto ao rapaz bêbado, não se trata de você, nunca se tratou de você… ele não conseguia gostar tanto de si mesmo a ponto de viver o que sentia para atender à imagem que mantinha para os outros… se for para fazer uma tatuagem no coração eu sugiro que tatue seu lindo rosto com o mais belo sorriso.
Seja feliz, seja você, brilhe sempre!!!
Bjs,
Jaq ; )
Paula Bastos
Jaq, que amor ler o seu relato, fico muito feliz em ler tudo o que você escreveu. Esse meu texto já tem uns 4 anos e graças a Deus muita coisa mudou em mim e na minha vida e eu concordo contigo: a gente tem mais é que ser feliz com a gente mesmo, do jeito que somos!
Um beijo enorme