Perambulando de calcinha

Maturidade é algo que nunca se atinge. Estamos diariamente em busca de ser alguém que ainda não somos. Nossas experiências e vivências é que nos fazem sair do degrau que estávamos paradas para avançar para o próximo, só que essa escada não tem fim. Nunca atingiremos o topo, pois sempre haverá algo para melhorarmos ou descobrirmos: esse processo irá durar até o último dia de nossas vidas.

Acho que foi ontem que me dei conta que eu havia avançado mais um degrau. Depois de passar por algumas situações nos últimos dias, percebi havia me libertado de algumas bobagens que eu achava que não conseguiria superar tão cedo. A primeira delas foi realmente ter consciência de que hoje meu coração estava livre. Eu já não estava mais enamorada do rapaz que foi protagonista de alguns vários editoriais. O sentimento passou e restou a amizade.

A segunda delas é um tanto curiosa e me dá até vontade de rir ao pensar no assunto, mas eu não achava que um dia seria capaz de andar apenas de calcinha na frente de um homem porque né, onde a gente enfia a vergonha e – wow – isso aconteceu! Sabe quando a coisa acontece tão naturalmente que quando você percebe já foi? E isso só ocorreu porque finalmente percebi que se estou com uma pessoa com quem me sinto bem e confio, me sinto à vontade. Quando me dei conta, senti uma grande sensação de liberdade, sabe? Eu não estava preocupada se ele estaria medindo meu corpo ou procurando por alguma celulite. Eu era apenas eu, a Paula, de calcinha, como qualquer outra mulher. Quem tem encanações com o próprio corpo vai se identificar com o que estou escrevendo, eu sei!

Parece bobagem, né, mas eu jurava que não conseguiria fazer isso e até então, nunca tinha conseguido. Quantas vezes me escondi em lençóis e camisolas ou o que quer que fosse que estivesse em minha frente? E o mais gostoso de tudo isso, se você é do tipo encanada como eu, é perceber que o cara está cheio de desejo por você mesmo depois de poder te medir de cima embaixo. Me dei conta de que são nossas próprias encanações e medos que nos privam de avançar e de atingir alguns níveis de maturidade que já deveríamos ter atingido. Se o cara está ali com você, é porque ele quer e porque, certamente, ele te deseja. Homem é prático: se ele não quer, ele não quer e ponto.

Quantas vezes eu deixei de aproveitar situações e até me prejudiquei por deixar que as encanações com minha aparência interferissem em minha vida? É tão bom se sentir livre de julgamentos, de poder ser simplesmente você, sem medos, sem máscaras. Talvez você mesma se aprisione ao alimentar uma ideia que está apenas em sua cabeça. A vida é curta e temos muitos degraus para avançar. Você tem que se permitir viver, experimentar, ousar!

Vim compartilhar esse aprendizado aqui porque quero te dizer que você nunca deve pensar que não conseguirá superar algo ou que as coisas não irão mudar. Talvez não tenham mudado porque você se relaciona com as pessoas erradas ou porque não se permite confiar no outro. Às vezes temos que nos dar um voto de confiança e soltar as amarras porque podemos ser surpreendidas e nos surpreender. Tenho aprendido que 90% das minhas encanações e julgamentos são apenas meus e não são verdades para as pessoas com quem convivo. Somos nossas maiores inimigas e as grandes responsáveis pela alimentação dos monstrinhos que nos corroem. Relaxe, menina! Aprenda a desfrutar os pequenos prazeres da vida porque nem todo mundo anda com uma bazuca carregada nas mãos querendo te metralhar, não. Agora você, talvez, ande com essa bazuca apontada para sua própria cabeça todos os dias. Largue-a, se liberte. Se permita viver experiências para avançar mais um degrau.

Pode ser que um dia você perceba que uma simples perambulada de calcinha te permita avançar!

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