O que você vê?

Sabe aquela coisa que mulher tem de olhar pra outra e imaginar que ela não deve sentir que há nada de errado com ela porque ela é linda e todo cara paga pau pra ela? Eu sempre pensei isso quando olhava pra Amanda…os meninos babam, ela é uma fofa, tem um corpo lindo e eu sempre achei que pra ela era tudo mais simples e mais “fácil”. Eis que, de repente, ela pede pra eu ler algo que ela escreveu porque achou que poderia ajudar minhas leitoras. Fui ficando mais chocada a cada linha e pensando que, realmente, o problema é geral: ninguém está satisfeito com a própria imagem e todo mundo consegue achar defeito em si mesmo. Leiam o texto da Amanda e depois reflitam em como aquela mulher que talvez você ache A gostosa que desbanca tudo não passa de uma pessoa tão insegura quanto você. Achei lindo o desabafo dela e acho que vai tocar em muita gente e gerar reflexão sobre essa busca que temos pela “perfeição”.

Ah, essa é a Amanda!

(Palavras da Paula! O texto dela você lê abaixo! 😉 )

O que você vê?

Ao se olhar no espelho, nua, responda sinceramente: o que você vê?

Eu vejo sempre um corpo imperfeito. Algumas celulites, ameaças de estrias, gordurinhas sobrando no abdômen, pés feios e mãos pequenas demais. Vejo um nariz grande para o formato do meu rosto e orelhas enormes.

Vejo muitas tatuagens tentando esconder o medo do corpo e muitos piercings tentando disfarçar a insegurança com o espelho e a balança. Vejo traumas de infância e adolescência de um efeito que sempre foi sanfona.

E não importa o quanto as pessoas digam que é paranoia minha, que eu sou bonita, gostosa, estilosa, que quero confete. Não importam quantos “zé punhetas” desejem meu corpo nu: eu sempre vou pensar “Sério? Sério MESMO que é ISSO que você quer?”

Nossos olhos serão sempre nossas verdades absolutas. As imagens que nós criamos de nós mesmas. E os traumas que sofremos durante a vida estarão sempre intrínsecos em algum lugar ali atrás do sorriso amarelo que nos esforçamos para dar quando alguém elogia o corpo que nós não gostamos tanto assim.

E eu sei que isso está errado.

Pra falar a verdade, eu adoro quem sou em termos de personalidade, opiniões, atitude, consciência, profissionalismo e sentimentos/emoções. Sempre fui segura de mim mesma e não trocaria o meu “eu interior” por nada. É só a “casca” que me incomoda.

Porque eu sempre fui a gordinha da escola. A feinha arrumadinha no meio das populares. Eu sempre fui a “mais ou menos” com dificuldades para emagrecer, e consequentemente, tive problemas com meninos. Eu sempre fui insegura com o exterior e isso se reflete ainda hoje, tanto que ainda faço dietas.

E é por isso que ao me olhar no espelho eu ainda vejo aquela guria complexada, gordinha, desarrumada, nariguda e de aparelho com vergonha de ir à casa das amigas que tinham piscina porque o corpo não tinha forma nenhuma e biquíni nenhum do mundo cairia bem. É com pesar que digo que espelhos em casa ainda ficam escondidos do lado de dentro do guarda roupa. É por causa de cada uma das meninas malvadas que tiraram sarro do meu corpo um dia.

É por causa dos tios e tias que sempre deram pitaco no meu peso e no meu corpo. É por causa dos amigos que nunca me olharam com outros olhos, das pessoas que nunca me acharam linda.

E sabe onde está o erro? Em mim.

Por ainda me importar com coisas que já passaram. Por não conseguir superar sozinha o que a minha imagem física já superou há tempos. Por ficar presa num passado que não existe mais, muito menos as pessoas que me prejudicaram nele. Eu deveria mesmo, era ver que hoje estou na melhor forma que poderia estar. Que as pessoas me acham bonita, e nem são apenas aquelas que me conhecem. Que hoje, eu atraio olhares com interesse e que minha autoestima não deveria ser tão baixa assim.

Eu deveria (e vou) me olhar no espelho e gostar do conjunto. De tudo que vejo refletido, por dentro e por fora. De como sou diferente, colorida, sorridente e de como os olhos não carregam mais o peso da opinião alheia. Descobri finalmente que não importa seu corpo e nem o que os outros pensam dele: a única coisa que importa é você mesma e o quanto você dá valor a isso tudo.

Vamos começar um movimento? Revolucione-se! Eu estou começando hoje e espero que você me acompanhe.

Amanda Armelin

@amanda_arm

facebook.com/amandarmelin

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