Lady Gaga: fenômeno impossível de ignorar

Existem fenômenos e fenômenos. Vamos ao dicionário:

1 – Qualquer manifestação ou aparição material ou espiritual;

2 – Tudo o que pode ser percebido pelos sentidos ou pela consciência;

3 – Fato de natureza moral ou social regido por leis especiais;

4 – Tudo o que é raro e surpreendente;

5 – Maravilha;

6 – Pessoa que se distingue por algum dote extraordinário.

Destes verbetes, alguns se encaixam na música pop.

E na música pop, muita coisa é para as massas, pra bombar e atrair a atenção de milhões de pessoas e acabar em breve, durar o tempo de um CD, um single, e sumir em seguida. Já alguns fenômenos ficam pra história do pop.

Das que ficam, está a cantora Lady Gaga. Stefani Joanne Angelina Germanotta , 24 anos completados recentemente, é o verdadeiro nome da moça por trás de Just Dance, Poker Face, LoveGame, Paparazzi, Bad Romance e Telephone. Dos maiores hits dos últimos anos.

Desde seu The Fame, de 2008, a cantora despertou a atenção do mundo da cultura pop, dentre outras características, por sua imagem bizarra. Unidas às roupas e cabelos dos mais anormais possíveis, as músicas usam ao máximo refrões grudentos para não sair da cabeça das pessoas, de qualquer pessoa.

Tão pouco tempo e já se pode ter certeza de que a cantora não é um fenômeno passageiro, de maneira alguma. Alguns indícios confirmam a tendência. Experimente ir à uma festa. Se demorar a tocar Lady Gaga, repare como as pessoas começam a comentar e a se perguntarem quando vai tocar. Assim que começa, repare nos rostos de felicidade das pessoas cantando e tentando dançar Bad Romance.

Além deste exemplo mais próximo, vamos a alguns números que envolvem Lady Gaga. No You Tube, maior site de compartilhamento de vídeos do mundo, seus clipes têm mais de um bilhão de visualizações. Até o momento em que este texto foi publicado, eram por volta de 375 milhões de visualizações para Poker Face, 360 milhões para Bad Romance e 273 milhões para Just Dance. Mais 20 milhões para o clipe Telephone, este com muito menos visualizações, mas lançado há apenas duas semanas.

Como pode uma cantora tão performática, vazia e fútil se transformar em tamanho fenômeno? Gaga é um personagem milimetricamente idealizado para ser culturalmente vazio, porém, estética e visualmente perfeito.

“Ela é aquele tipo de pessoa rara, como David Bowie, Elton John ou Freddie Mercury. Quando você é sortudo o bastante para ter um artista que une o marketing e a criatividade, não há limites para o que se pode fazer.”, disse o chefe da cantora, Jimmy Iovine, dono do Interscope, da Universal Music.

A cantora se transformou num personagem que busca referências em Andy Worhol, Lowis Carrol, Quentin Tarantino, entre outros dos maiores influentes do mundo da cultura pop, da pop art, da pós-modernidade. É a estética do fútil, vazio da pós-modernidade, na veia.

“O que eu faço é performance. É música pop feita para o Louvre.”

Gostando ou não, não tem mais jeito, impossível ignorá-la.

Uma das maneiras de saber se uma banda e/ou cantor(a) tem reconhecimento artístico é quando começa a ganhar covers de outros artistas. Em tempos de You Tube, o reconhecimento cultural é fácil de ser detectado, basta saber se há vídeos com covers e paródias.

Digite “lady gaga you tube” no Google e serão mais de 45 milhões de resultados. Aqui uma lista com dez covers e paródias de Lady Gaga:

Weezer cantando Poker Face e Kids, do MGMT