– Ô tchucaaaa

– Ô Maria Pauuuul

Há 32 anos esses são os gritos que uma ecoa no portão da outra. Nomes? Os nossos servem apenas para utilização em casos de problema. Paul vem da nossa brilhante inocência infantil que jurava que Paula, em inglês, era Paul. E Paul ficou e ficará para sempre. Tchuca surgiu do nada, sem um episódio específico, mas foi ela quem começou a me chamar de tchuca. E às vezes a gente varia pro mocreia, que vira também o “tchucocreia”, porque eu adoro brincar com as palavras.

Ela nasceu 9 meses antes de mim e, desde que nasci, ela reina em minha vida como uma estrela guia. E não é exagero, é uma grande verdade porque quando estou perdida e me sentindo completamente sem rumo é ela quem consegue me colocar no eixo. Acredito até que ela me conheça melhor do que minha mãe porque ela sabe todos os meus segredos e consegue prever todas as minhas reações; ela sabe como vou terminar uma frase e as minhas gesticulações quando estou falando. São 32 anos da mais pura cumplicidade e convivência.

Quando ela chegou e me mandou mensagem dizendo que era pra eu “descer”, abri o portão de casa feito criança, afinal já se passaram quase dois anos que eu não a via e a Austrália fica um tanto quanto longe. Enchi os pulmões de ar e gritei “tchucaaaaaa” como se eu tivesse 10 anos. Eu achei que fosse chorar, mas a gente é tão próxima e tão presente na vida da outra, mesmo tão distante, que parecia que eu não a via desde a semana passada. E ao abraçá-la aquela sensação de presença e de segurança que eu conheço desde me entendo por gente.

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Muito do que eu sou devo a ela. Uma verdadeira amiga faz parte da construção do seu caráter e da sua personalidade. Sempre fomos muito diferentes em aparência, mas ela nunca me olhou com qualquer inferioridade, ao contrário: sempre me defendeu dos comentários maldosos que eu, ainda indefesa e tão insegura, não conseguia driblar na adolescência e na infância. Ela foi a minha torre, o meu escudo forte, o lugar onde eu encontrava abrigo. Não há como descrever uma relação tão íntima e cúmplice de 32 anos. Pode ser que eu não conquiste muitos bens nesta vida como alguns valorizam, mas eu tenho algo que raros têm hoje em dia: uma amiga que eu chamo de irmã, alguém por quem eu faria qualquer coisa, 32 anos de história que fazem de mim uma pessoa de muita sorte por ter tido, e ainda ter, uma grande mulher ao meu lado. Sua maturidade, sua doçura, seu caráter e sua obediência a Deus me encantam!

Só quem tem uma amiga verdadeira sabe o valor de uma amizade. Dói o fato de ela não estar mais aqui presencialmente todos os dias; dói que se um dia ela tiver um filho eu não poderei ninar inúmeras vezes. A verdade é que essa distância agora me dói demais, como diz a música das Paquitas que nós tanto gostávamos de cantar e que é a nossa piada interna. Eu agradeço a Deus por ter um norte, um forte, um porto e o nome dele é Mariana!

Dizem que as nossas fotos mais bonitas são tiradas por pessoas que nos amam. Ontem ela tirou essa foto minha e mesmo estando tão esgotada de tanto trabalhar na atualidade, mesmo doente, pelos olhos dela eu estou linda porque ela me ama assim, independente de como eu esteja!

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Comentários

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8 comments

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Baita texto lindo, Paula! Simples e belas palavras, a amiga com certeza ficara emocionada ao ler.

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Ela merece tudo de melhor, sabe? É um amor que não se mede. E obrigada pelo carinho, Rita <3
Beijo grande pra você

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Conheci seu blog hoje e já comecei por este post LINDO sobre amizade. Você é incrível!

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Natalia, que legal! Seja muito bem-vinda! Espero que goste do blog <3
Um beijo grande

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Paula adorei esse look, bem jovem e despojado. Voce me dá muitas idéias

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Que bom que gostou, Sonia! <3

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Quase chorei aqui de emoção! Que linda amizade! Deus conserve para sempre!! Bjs

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Você é uma fofa! <3

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