A ideia de escrever este editorial veio de um comentário muito engraçado de uma amiga minha. Ela viu uma foto no meu Instagram (@parispaula) e comentou que as veias do meu pé estavam formando um coração. Aí postei isso no Facebook e brinquei dizendo que eu era uma gorda de pé e canela fina e outra amiga veio, então, comentar do corpo dela e “reclamou” que ela tinha isso e aquilo de sobra e eu rebati comentando sobre o meu próprio corpo. De repente, assim, do nada, meu cérebro me mandou a seguinte mensagem: por que todo mundo quer rotular as gordas, como se todas tivessem ou tivessem que ter peitão e quadrilzão? Já repararam nisso?

Quando vou comprar roupa eu sofro porque não tenho quadril e tenho barriga, aí fica sobrando tecido na frente quando é calça e, se é vestido, às vezes não assenta direito. Tenho as costas largas, mas meu busto é ok, mediano, então vira e mexe fica sobrando tecido. Comprar sutiã, então, às vezes é um desastre: eles acham que toda gorda tem um peito gigantesco e, não, gente, não é todo mundo. Eu entendo porque os estilistas sofrem tanto para fazer roupa plus size: são muitos biotipos diferentes; umas têm quadril largo, outras têm muita barriga e outras muito busto e acho que é mais fácil criar para as magras, pois as diferenças de corpos acabam não sendo tão discrepantes assim na hora de criar a peça.

gm3A verdade é que até quando o assunto é o corpo gordo as pessoas têm preferência por um padrão: a gorda de quadril largo, seios fartos e cintura mais fina porque ela fica na margem do “gorda e gostosa” e estou longe de me enquadrar nesse perfil. Sou gorda do meu próprio jeito com meus 1,79m, minha perna malhada na parte de baixo, minha coxa “celulitosa”, minha bunda quadrada de italiana, minhas costas largas da natação e o busto que se desenvolveu só até certo ponto. E ainda inclua na lista canela fina e pé magro. Até que eu me acho ok, gosto da minha proporção equilibrada, mas me dói o fato de não ter quadril: isso, no entanto, é algo que não posso mudar. Morro de vontade de dar uma turbinada nos seios e, quem sabe um dia eu faça isso, mas não tenho o que fazer no quadril e Deus me livre colocar silicone na poupança: acho um terror! Imagina uma gorda sentar em cima do próprio silicone? Vou ficar imaginando aquilo explodindo toda santa vez. Ai que horror… Me dá pânico só de pensar! Não sei como a Kim Kardashian vive, nem a Nicki Minaj.

Eu escrevi tudo isso só pra te dizer que você pode ser gorda do seu próprio jeito. Mesmo as modelos plus size estão photoshopadas – a grande maioria – e eles sempre dão uma esculpida para tudo ficar mais curvilíneo, então não se iluda. Agradeça a Deus por ter um corpo perfeito, que funciona, cuide bem dele: se exercite, coma direitinho, tome muita água e faça coisas que te fazem feliz porque a pior besteira é perder tempo tentando fazer parte de um padrão, seja ele qual for. Você não precisa ser assim ou assado e nem fazer parte de nenhum rótulo que gostariam de te dar: seja você, apenas. Isso basta e muito!

Comentários

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17 comments

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Isso mesmo! Tudo se distribui de modo diferente. Não dá pra criar uma neurose em cima do biotipo dito ideal pra gorda!
Sair de uma armadilha pra outra?

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Adorei

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Adorei o post Paula! Algumas pessoas ainda não acreditam e acham um absurdo eu me aceitar como sou, ou seja, gorda! Não entendem que sim me amo e sou saudável e pra mim isso é o que importa!

P.S.: o outro post foi incompleto rs

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Me indentifiquei.

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Paulinha, que fonte foi essa que você usou no “sendo gorda…” adorei!!!!

parabéns pelo desabafo! realmente somos várias, das mais magras as mais gordas, perna fina, perna grossa, com cinturinha, sem cintura, com bunda, sem bunda, enfim, ainda bem ne?

bjão
Renatinha

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Engraçado desse seu post. É que sempre fico falando Aaaa essas blogueiras plus size não tem barriga gordinha, ou as modelos. De que como eu queria ser dessas gordinhas que não engorda na barriga, ou que tem a perna malhada por pura genética. Ou que não tem estrias, ou qualquer coisa do tipo que nós mulheres gordas costumamos ter. Sempre quando eu entro nessa paranóia vem alguém pra me dizer que eu sou uma gorda equilibrada e sou mesmo, quando engordo vai tudo junto, do rosto aos braços, seios e bunda.
Mas, esse seu post Paula só serviu para vermos o quanto somos diferentes e que temos que ser feliz assim.
Se fomos feitas diferentes é pra ser assim; que chato seria se todas tivéssemos o mesmo padrão.
Bjs

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Bem-vinda ao clube , pq tb sou uma pessoal que não me enquadro nos padrões e aprendi e ainda estou aprendendo a me amar do jeito que eu sou e assim as outras pessoas tb terão q fazer, ou seja, me amar do jeito que eu sou e se não for assim tb não merecem que eu os ame!

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Paula, você é demais sabia?!
Te acompanho faz um tempo aqui e no Intagran e seu modo direto e descontraído de escrever prendeu minha atenção e me fez refletir sobre várias questões que vem me perseguido há anos, uma delas e a mais importante é: Aceitar-se.
Aceitar-se acima de tudo e de todos, só quando abrirmos nosso coração e nos aceitar-mos de VERDADE, seremos realmente felizes.
Obrigada por me ajudar a enxergar e aceitar a mulher maravilhosa que sou.

Um grande beijo

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Entendo perfeitamente. Dá vontade de esfregar esse post na cara de todo mundo que olha pra mim e diz: NOSSA, COMO TU É “GRANDONA”! Eu sei que tudo em mim é muito grande (para os padrões) mas o que eu posso fazer? eu sou assim. amei amei amei o post! To pensando até em imprimir pra deixar na minha cabeceira pra toda vez que eu começar a me importar para esses comentários. hahaha Beijos!

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Rindo muito do silicone estourando qdo sentarmos! Tbm penso isso kkk. A minha dificuldade é com calça, as vezes não passa na panturrilha mas depois que me assumi gorda isso não é mais um problema, escolho a apropriada e experimento quantas forem necessárias

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Num país mixegenado as gordinhas não escapam. Sou feliz como sou !

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Mais uma vez, brilhante!

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Oi Paula. Corpo desproporcional tbm é o meu: tenho 101 de busto, 104 de cintura (quase não tenho barriga) peso 103 quilos nos meus 1,64 de altura. Agora, prepare-se… Tenho 133 de quadril. Da cintura pra cima uso manequim 46. No quadril, 50. Imagine as adaptações que tenho que fazer. Mas seu Blog me ajuda muito. Bjs

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Oh, menina!!! rsrsrs que interessante você tocar nesse assunto! Eu tenho questionado muito isso nos últimos dias, pois faço um curso de costura e gosto de criar, embora como hobby, pois tenho outra profissão e pouco tempo. Mas estava muito desmotivada, pois há tanta gente fazendo a mesma coisa. Foi quando uma amiga, um pouco avantajada de corpo, mencionou a dificuldade de roupas para o seu tamanho (fora o preconceito das lojistas) e eu comecei a cogitar a possibilidade de fazer roupas para gordinhas. Minha professora falou que seria um grande desafio. Mas tudo bem, é hobby mesmo, pensei.
Então resolvi pesquisar na internet modelos de roupa para gordinhas e vi isto: há lindas opções, porém somente para um tipo de gordinha – seios fartos, quadris largos e cintura fina – aliás nem todas são necessariamente gordinhas, mas cheinhas. Acho-as lindas!
Mas e os outros biótipos? Estou pensando seriamente em roupas para eles… o que vc acha?
bjs!! E parabéns!! Você demonstra lucidez e uma autoestima altíssima quando o assunto é padronização.

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Simplesmente amei eu me encaixou na gorda sem quadril e glúteos ..kkkk

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Tipo eu! rs 🙁

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Paula, super me identifiquei! Se veem minhas fotos de rosto acham que devo ter qusdril largo e bundão. Se olham só minhas pernas que sou magra… Se for vista inteira é desproporcional. É frustrante, principalmente para comprar roupas!
Obrigada! 😘

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