assinatura Raissa
Cursei engenharia na faculdade, mas confesso que sempre fui meio avessa à tecnologia. Usava ao máximo todas as opções que ela me oferecia (como ouvir música, controlar meu peso e acessar redes sociais), mas como boa esposa com marido em TI, nunca tive a curiosidade de aprender sequer a instalar uma impressora e sempre vivi bem com isso, até mudar para São Francisco porque uma vez que você respira aqui o ar do Vale do Silício, o contato e a curiosidade pelo mundo tecnológico te invade de uma forma que, quando você se dá conta, já faz parte dele.
Este ano tive a oportunidade de voluntariar num evento incrível chamado Desafio Technovation, em que meninas com idades entre 10 a 18 anos criam um aplicativo e disputam o prêmio de melhor aplicativo nas categorias Ginásio e Segundo Grau com outras meninas do mundo inteiro (a edição 2015 contou com a participação de 64 países). Quando eu digo criam, é tudo mesmo: a proposta do tema, toda a criação do código (elas aprendem a programar em 3 meses), o design, a forma de monetização e a disponibilização nas lojas online das plataformas Android e IOS. Elas fazem tudo acompanhadas apenas por um mentor.
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As representantes do Brasil no ano de 2015 vieram da Escola NAVE, no Recife, com o aplicativo The Last Drop (a última gota), que é um jogo para conscientizar crianças entre 5 e 10 anos sobre a importância na economia de água e de energia no dia a dia. Embora as brasileiras tenham recebido menção honrosa, as grandes ganhadoras deste ano na categoria Segundo Grau – com todo o merecimento do mundo – foram as nigerianas do grupo Charis que criaram um aplicativo incrível para ajudar na coleta de lixo que hoje é um grande problema na cidade delas. Conversando com as meninas, descobri que todas querem seguir na área e que estão muito felizes por descobrir que “tecnologia não é coisa de menino”. Ao ouvir isso, uma lagriminha escorreu e meu coração se encheu de alegria!
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O show de profissionalismo e emprendedorismo apresentado pelas meninas – em sua maioria de baixa renda – com tão pouca idade é fascinante. Foi simplesmente impossível assistir a tudo isso e sair da premiação da mesma forma que entrei. Me reinventei naquela noite, e saindo dali já me inscrevi em 2 cursos gratuitos de programação em Python (que é uma linguagem mais simples e uma das mais usadas no mundo) oferecidos pelo site Coursera: um da Universidade de Michigan e um da Universidade de Rice. Ambos são em inglês, mas para quem não domina o idioma, o da Universidade de Michigan possui a opção de legenda em português 🙂

Para ver como a tecnologia pode mudar a vida dessas meninas, assista como foi o trabalho com um grupo de meninas da Comunidade Real Parque, em São Paulo: https://vimeo.com/133668253

Para saber mais sobre o trabalho incrível do Programaê e encontrar cursos gratuitos de programação na sua cidade, acesse: http://programae.org.br/

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