Produtos direcionados ao mercado infantil conquistam adultos

Por Gabriela Contieri

Andréa é uma das muitas pessoas que se renderam aos encantos da infância depois de adulta
Andréa é uma das muitas pessoas que se renderam aos encantos da infância depois de adulta

Laços, babados, coleções de bichinhos de pelúcia, cadernos com estampas de heróis de mangá ou personagens dos contos de fada, fascinação por games e coleção de carrinhos. Podíamos, simplesmente, estar falando de uma criança entre 7 e 13 anos, mas essas características enquadram-se a um novo grupo: homens e mulheres adultos chamados de kidults na atualidade.

Realidade

O termo kidult vem da fusão em inglês das palavras criança e adulto, e é empregado aos adultos fãs e consuimistas de produtos direcionados ao mercado infantil, como objetos com imagens de personagens como Moranguinho, Hello Kitty, Betty Boop e South Park, além de quadrinhos, brinquedos e roupas de estilo mais juvenil. Andrea Ito, 37 anos, auxiliar administrativa, é uma kidult assumida e diz que “ser kidult é gostar de coisas bonitinhas, com desenhos infantis, cultivar gostos ou manias da infância”.

Antes do mercado kidult ser impulsionado pela cultura de consumo, pais e mães também compravam produtos infantis e brincavam com os filhos, a diferença é na compra de um brinquedo para eles próprios brincarem. O comportamento traz questionamentos sobre os diferentes modos de ser adulto. Neste sentido, a psicóloga Fernanda Pezzato ressalta: “uma pessoa pode ser madura, responsável, independente e gostar de comprar papelaria infantil ou bichinhos por achar divertido ou por satisfazer o gosto estético, mas em nenhum momento pode fugir das responsabilidades da vida adulta”.

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