No último domingo de julho, a 13° Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte lembra a importância do voto consciente em ano de eleições e a luta contra a homofobia

Diversidade, alegria e consciência política. Estes foram os principais pilares da 13° Parada do Orgulho LGBT, em Belo Horizonte, no dia 25 de julho. A manifestação começou às 11h, na Praça da Estação, famosa por ser palco de movimentos e manifestações artísticas, culturais e políticas. E desde cedo, várias pessoas se aglomeravam em frente ao palco, onde a musa DragQueen Kayete, fazia o papel de mestre de cerimônias esbanjando bom humor. E o que se via era exatamente isso: bom humor e alegria.

Mas a parada deste ano teve um aspecto ainda mais político, visto que estamos em ano de eleição. Participantes de movimentos LGBT, membros de igrejas evangélicas direcionadas ao público gay e militantes da causa deixaram claro que o dever de todos em 2010 é escolher representantes para defenderem os direitos de todo e qualquer ser humano, sendo ele homossexual ou não.

A maior preocupação de quem enfrenta preconceito pela orientação sexual é de não haver nenhum projeto de lei para garantia dos direitos dos homossexuais. E isso dá carta branca para os homofóbicos se sentirem no direito de discriminarem homossexuais, com piadinhas, apelidos xulos e termos pejorativos, inclusive em rede nacional.

E aí está outra importante questão abordada na parada gay de Belo Horizonte. Os programas de humor têm exagerado nas piadinhas com os homossexuais e os tornam caricatos, como um simples elemento de humor, para fazer os telespectadores rirem.

Direitos

Os homossexuais têm lutado por seus direitos desde a Segunda Guerra Mundial, quando a orientação sexual dos gays foi considerada doença. O estudante Bruno Pontes, presente na parada gay, se diz cansado dessa luta infundada: “Qualquer ser humano é livre desde o seu nascimento, por isso não vejo sentido em lutar por algo que deveria ser inato e tão natural quanto o nosso direito de respirar”.

A pizzaiollo Priscilla Gabrielle, 22 anos, é heterossexual e também esteve na parada levantando a bandeira e apoiando a causa: “Eu não tenho preconceito e acho mais do que certo eles lutarem pelos direitos, por isso estou aqui apoiando. O preconceito tem que acabar”, diz Priscilla.

Para muitos, este tipo de manifestação deixou há muito de ser embasado em causa política com caráter de protesto. “Muitos veem à parada como se fosse uma micareta, e só querem saber de zoar, pegar, nem sabem a causa real” avalia ainda Pontes. Talvez por isso, a parada deste ano teve o cuidado de lembrar o tempo todo sobre a luta pelos direitos dos homossexuais.

No dia 15 de julho, os hermanos argentinos liberaram o casamento gay. Uma grande vitória para os direitos humanos. Mas e no Brasil? Até quando ser homossexual será considerado uma doença, e não uma escolha e uma condição? Até quando vamos basear nossa sociedade em conceitos primitivos e arcaicos e limitar os direitos dos cidadãos? Até quando o gay será considerado uma chacota em rede nacional?

Em ano de eleição vale pensar na escolha de representantes que valorizem os direitos dos cidadão, seja ele homossexual, ou não.  E você, o que acha disso?

Veja também: Parada Gay em BH

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