Adultos em Miniatura

Por Gabriela Contieri

Brincar de boneca já não é mais o passatempo preferido de muitas meninas. Estimuladas pelas novidades do mercado infantil, crianças começam desde muito cedo a se preocupar com a vaidade e acabam deixando brincadeiras e atividades próprias da idade em segundo plano.

Especialistas consideram a preocupação com a aparência normal, mas de forma não excessiva. A psicóloga Alessandra Salina, especializada em terapia comportamental pela USP, explica que a vaidade é algo universal e para a psicologia, um comportamento é considerado inadequado quando traz prejuízos para a pessoa, seja a curto ou a longo prazo. “Sabemos que as crianças recebem influência da família, dos amigos e da escola. No entanto, os pais têm papel primordial, seja contribuindo para o desenvolvimento da vaidade ou evitando as informações prejudiciais da mídia”, completa.

Transtornos

A preocupação acentuada com a autoimagem é um fator de risco e provoca várias doenças Alessandra  aponta para os transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, transtornos psiquiátricos e também transtornos nos quais a pessoa relata ter algum “defeito” físico sem apresentá-lo na realidade.

De acordo com a psicóloga, a vaidade excessiva por parte das crianças só tende a crescer.  Alessandra ainda ressalta  a importância da reflexão  dos educadores, incluindo professores, pais, avós, sobre os produtos e padrões de comportamento veiculados pela mídia. “Os responsáveis devem passar para as crianças que elas são amadas pelo o que são e não pelas roupas que vestem ou produtos que consomem”, completa.

Comentários