Grandes Mulheres – O que é moda para senhora?
Costanza Pascolato – Para mim é objeto de paixão e interesse permanente. Ajuda a viver e a compreender melhor a vida. Moda também é o meu trabalho. Vista pelo leigo, a moda pode ainda parecer cara demais ou algo muito especial, distante inacessível. É uma associação que perdeu o sentido no começo do século 21, quando entrou num processo de expansão de proporções inéditas por causa do preço – de médio a baixo – de diversos itens do vestuário. Na prática, a vida fica mais legítima quando suas roupas e você estão falam o mesmo idioma.
GM – Em Confidencial, a senhora define o que é estilo… Mas qual é o seu estilo?
Costanza – Estilo é o que dá forma ao pensamento para mostrar quem você é de verdade. Por isso, distingue quem espelha de quem irradia. Ele nos dá sentido de competência, prazer e segurança. Transcende tempo e gênero. Estilo, aliás, é uma experiência tão poderosa que às vezes é preferível vivê-lo plenamente a defini-lo verbalmente. Se não tiver como não definir o meu, diria que sou uma clássica geneticamente tão curiosa que sempre de olho no que está por vir.
GM – A fast fashion é sinônimo de futilidade ou democracia?
Costanza – Na indústria fast fashion, as marcas mais baratas vendem o que foi mostrado pelas marcas caras a um décimo do que custaria o original. Mas não é só a roupa que está mais acessível. É a moda e todo o tipo de informação que ela mobiliza ou estimula. Isso é a democratização. Não é um movimento que possa ser desprezado. Pessoalmente, acredito que ele é fundamental para analisar esta nova maneira de viver a moda, completamente diferente do que foi no passado. Portanto, nada tem de futilidade inclusive porque é uma maneira bem eficiente de o ser o humano exercitar seu desejo de distinção, de mostrar, pela maneira como utilizamos as roupas, que somos diferentes uns dos outros.
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