Um passo adiante

Um dia eu sonhei em cursar jornalismo para poder escrever para mulheres que, assim como eu, não encontravam informações condizentes com sua realidade nas revistas femininas. Queria deixar toda a minha paixão pela moda transparecer por meio de minhas palavras, pela satisfação que eu sentia ao conseguir encontrar uma roupa que me fizesse sentir mais bonita, melhor – uma linda mulher. Eu sabia que embora as dificuldades fossem muitas, isso era possível e que com um pouco de boa vontade a sociedade poderia mudar.

Fiz a faculdade e dei o primeiro passo quando resolvi fazer meu trabalho de conclusão de curso (TCC) voltado para o meu sonho: eu queria escrever para mulheres, mas queria dar falar por quem não aparecia na mídia, por quem não tinha voz. A moda insistia em me deixar de lado, em ignorar a mim e ao “grupo ao qual eu pertencia”, mas sempre acreditei que se cada um fizesse a sua parte, uma mudança poderia começar.

Quando a ideia do Grandes Mulheres nasceu, era final de 2008 e o projeto se concretizou em 2009. Ainda não existia essa coisa de “fat pride” ou “movimento plus size” como já acontece hoje. Eu era apenas uma garota fora dos padrões, apaixonada por moda, que via beleza em todas as formas e a possibilidade de uma “vestimenta democrática para todas”. Sonhava com as revistas femininas, sonhava em escrever para essas mulheres e dizer: você pode, você é, você existe e você tem sim, espaço nesta sociedade.

Quem me conhece, quem acompanha minha caminhada profissional, sabe o quanto cada passinho que dou tem um valor absurdamente especial para mim. Eu amo, sou completamente tomada de um sentimento de amor pelo o que faço, por vocês, pela moda e por querer passar por este mundo acreditando que se cada um fizer um pouco, juntos conseguiremos uma mudança. Não suporto me ver sofrendo por não me sentir valorizada, assim como dói em mim quando vejo uma mulher que se sente desprezada por suas formas físicas.

Tenho muito orgulho de fazer parte de um “time” de pessoas que estão engajadas em fazer a diferença porque acredito que daqui alguns anos teremos um amadurecimento social. Não se trata em abraçar a obesidade, em fazer apologia a hábitos não saudáveis. De forma alguma! Trata-se apenas de entender que nem tudo é como as pessoas imaginam, que há beleza em todas as formas, em todos os jeitos, e que uma democracia fashion também pode acontecer. Todas as pessoas têm o direito de querer se vestir bem, de valorizar o melhor que há em si fisicamente.

Quando a revista TPM me convidou para ser colaboradora de moda, eu mal pude acreditar. Acho que toda menina que estuda jornalismo é pelo menos um pouco apaixonada pela publicação porque ela é diferente: tem uma abordagem moderna; o teor das matérias é sempre denso e são sempre reportagens elogiadas, que acrescentam conteúdo. É uma revista de fibra, parruda, que faz um trabalho diferenciado, de muita qualidade. Para mim foi uma honra sem tamanho….eu, a menina sonhadora, podendo colaborar com uma das revistas que ajudou a formar minhas opiniões, minha forma de enxergar o mundo.

Ontem eu chorei de felicidade. Chorei de alegria ao ver o meu nome, a minha fotinho, as minhas palavras em um espaço que, para mim, é tão especial. Devo tudo isso a vocês, que me incentivam, me acompanham, me contam seus problemas, dão sugestões e, acima de tudo, não me deixam desistir. Essa conquista eu comemoro com vocês, minhas leitoras e minhas amigas, porque sim, embora a gente possa não se conhecer, eu tenho um carinho gigante por cada uma de vocês porque se hoje sou uma pessoa melhor, mais madura e um pouco mais be resolvida, devo tudo isso a vocês!

Espero que gostem de minha primeira contribuição para a TPM e a vocês meu mais carinhoso e sincero muito obrigada!

A entrevista que fizeram comigo está aqui: http://bit.ly/HbCgyH

Meu primeiro texto, “Desbravando a selva da moda”, está aqui: http://bit.ly/HGkbYR

Comentários