País onde os indígenas representam mais de 50 % da população, a Guatemala é marcada pela desigualdade e violência. Décadas de lutas e guerras civis deixaram feridas até hoje sentidas pela população.

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Em meio à repressão da ditadura militar, instaurada no país de 1954 a 1986, inúmeros grupos populares se rebelam para lutar por seus direitos. A professora de Formação Econômica da América Latina da FAAP e doutoranda do Programa de Integração Econômica da América Latina da USP, Ana Paula Iacovino Dávila, explica que o cenário de hostilidade do regime ditatorial fomenta a formação de grupos rebeldes em luta pela justiça. “A repressão violenta do poder ditatorial faz com que os grupos fujam para as montanhas, a exemplo dos revolucionários em Cuba. “

É somente com o Tratado de Paz em 1996, que movimentos como as Forças Armadas Revolucionárias, Organização Social do Povo em Armas e Exército Guerrilheiro dos Pobres voltam à cena de luta. No entanto, o meio para a conquista dos direitos muda. De grupos sociais revolucionários, muitos partem para o campo da política, como é o caso de Rigoberta Menchú.

Eleições

Em 2007, os movimentos sociais ganham impulso com a candidatura à presidência da ativista política e descendente dos maias, Rigoberta. É a primeira vez que uma mulher e indígena tenta chegar ao poder. “É uma flor que nasceu no lamaçal. É um símbolo de luz para a Guateamala. Representa os dois setores mais perseguidos no país: a mulheres e os índios. É um sinal que a Guatemala está tomando um novo rumo”, afirma Ana Paula.

A líder da Representação Unida da Oposição Guatemalteca, o RUOG, aos 51 anos recém-completados (11 de janeiro de 2010) ficou com cerca de três por cento dos votos. Apesar da derrota, Rigoberta Menchú é marco na história do país.

Leia mais: Da opressão à representação

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