Talvez você tenha lido o título deste post e já esteja bufando e me xingando muito. Calma lá, bonita! O título é provocativo mesmo porque envolve uma das principais polêmicas atuais do mercado plus size: a representatividade gorda! As consumidoras desse nicho se sentem representadas por manequins acima do tamanho 50? Sabe por que estou tocando neste assunto? Porque, acima de tudo, quero muito ouvir o que vocês têm a dizer depois de ler tudo que estou escrevendo. Eu trabalho com comunicação de moda e presto serviços para algumas marcas brasileiras. O que mais ouço dos responsáveis, inclusive de pessoas que não têm grifes, mas são apenas lojistas do nicho plus size, é que quando a modelo é realmente gorda não vende, fica tudo encalhado, porque não gera identificação e não trabalha o aspiracional da pessoa.
Quando ouço isso, fico meio sem entender e às vezes chego a achar que é “mentira”, afinal o que mais vejo são mulheres reclamando das modelos 46 dizendo que elas nem gorda são, que elas querem ver uma modelo gorda de verdade, o que temos chamado de “representatividade gorda” ultimamente. Aí o lojista vai e escolhe uma modelo 50, 52, 54 e diz que as vendas caem drasticamente. Minha única forma de medir esse comportamento de mercado é ouvindo vocês porque, afinal, quem consome moda plus size no Brasil somos nós. Eu senti vontade de abordar esse tópico aqui no blog depois de ver, na semana passada, um vídeo da editora-chefe da revista Plus Model Mag falar sobre o tema. Ela fez um vídeo para conversar com as mulheres e entender a mesma coisa que estou tentando fazer aqui – sim, me inspirei completamente nela para escrever este texto porque há tempos eu tenho a mesma indagação. Ela diz que está cansada de ver pessoas reclamando das modelos plus size “magras”, mas quando marcas resolvem usar modelos “realmente gordas” ninguém vibra, ninguém faz aquele super burburinho que viraliza, ninguém aplaude. E ela termina o vídeo perguntando: “será que nós realmente estamos prontas para ver algo diferente do que temos visto?” Traduzi o “grosso” do vídeo de Madeline, que é maravilhoso, para que quem não sabe inglês tenha uma ideia do que ela está falando. Se você quiser assistir, clique aqui:
“Na atual campanha da grife Lane Bryant, muita gente se demonstrou chateada porque não viu variedade de tamanho nas modelos. Eu sou a campeã de procurar por diversidade de tamanhos nas campanhas de moda e senti a diferença nas modelos em tamanho e características físicas. Vibrei ao ver uma modelo tamanho 50 depois deles passarem anos usando modelos 44, 46 e poucas 48. Acho que temos que comemorar cada degrau que subimos porque, na realidade, acho que as pessoas querem ver uma mudança grande nas campanhas de moda plus size com modelos que as representem, mas será que estamos prontas para isso? A marca ELOQUII aumentou sua grade de tamanhos até o 60 e eles fizeram dois lookbooks: um com modelos plus size regulares e outro com modelos de tamanho acima do 54. Quando vi aquilo, esperei que fosse viralizar, que as mulheres fossem vibrar muito, que mulheres do mundo todo fossem ver a campanha e aplaudir a marca porque é disso que elas sentem falta, certo? Mas nada de substancial aconteceu para validar para a marca que a atitude deles foi a desejada, que agradou o público plus size. Vocês pedem tanto por uma coisa, a marca dá e vocês não respondem a isso, então fiquei muito desapontada de não ver uma reação realmente positiva. Não sei se as pessoas realmente estão prontas para ver o que elas acham que querem! A gente se ofende porque a Victoria’s Secret não faz lingerie plus size… Esqueça a Victoria’s Secret! Há tantas empresas plus size produzindo lingerie linda pra gente, por que precisamos ser validadas por uma marca que se sustenta de um público de tamanhos regulares? O que a gente precisa é ter representatividade em nossa própria indústria e marcas como Lane Bryant e Eloquii estão fazendo isso, abrindo a conversa, estimulando o orgulho de amar seu corpo e ser quem você é. Fiz esse vídeo porque quero que vocês reflitam e que a gente comece a agir porque as marcas estão dispostas a nos ouvir, a fazer o que pedimos, mas precisamos mostrar o que de fato queremos e responder a isso”.
Essa questão toda sobre representatividade gorda e modelos trabalha muito o aspiracional das pessoas. Veja com as magras, por exemplo. Estilistas escolhem mulheres absurdamente magras porque querem que o foco seja a roupa e não a modelo e porque há aquele estigma de que qualquer roupa fica boa numa mulher extremamente magra – o que eu acho uma grande mentira, mas é minha opinião particular. Aí todas as mulheres que vão comprar aquela roupa vêem aquela mulher extremamente magra e querem ser como ela e olham para aquela roupa, aquele caimento, como se o corpo dela fosse aquele. É como se, por um minuto, ela se esquecesse de quem realmente é e se visse como outra pessoa. Já no plus size é um pouco diferente: se eu vejo uma roupa numa modelo 46/48, consigo me identificar porque está próximo do meu manequim, que é atualmente 48/50, mas se a modelo for um 54, por exemplo, eu já não me identificarei porque será bem diferente do meu corpo. É isso que acontece quando uma mulher 52/54 vê uma modelo 44/46/48 usando a roupa: ela não consegue ter noção real de como aquela peça ficará nela e ela, muitas vezes, desiste de comprar. A representatividade é extremamente importante por isso: a diversidade é necessária para gerar identificação para mulheres dos mais variados tamanhos. Embora ainda seja uma realidade distante, é para isso que precisamos caminhar!
Trabalhar com o mercado de moda plus size é uma experiência nova para todos os envolvidos, especialmente para as marcas que precisam estar constantemente acompanhando os desejos do seu consumidor. Hoje as pessoas querem se sentir representadas em diversos tamanhos. Há marcas que trabalham com uma modelagem pequena para o plus size e fazem uma mulher que veste 48 usar 54; há marcas que se dizem plus size, mas vestem apenas do 46 ao 50 e são poucas as que produzem numeração superior a 54: há muita coisa para ser analisada e aprendida, mas a verdade é que o mercado só irá se mexer quando as pessoas começarem, de forma pacífica e organizada, se manifestarem para verem a mudança que elas desejam. A situação não foi aqui no Brasil, mas por que será que ninguém vibrou e fez uma movimentação bacana em relação aos posicionamentos da Lane Bryant e da Eloquii nos Estados Unidos quando elas decidiram dar ao povo o que ele pedia? Eu não sei entender… Às vezes não entendo a cabeça das pessoas, não sei nem se elas sabem o que querem, mas achei extremamente necessário abrir essa discussão aqui porque eu quero ouvi-las, quero saber o que vocês pensam em relação às modelos e representatividade gorda e quero entender também o que poderíamos fazer para que o mercado evolua para ser aquilo que as pessoas precisam!
Por favor, vamos conversar de verdade nos comentários? Quero muito ouvi-las, entender o que mais mulheres pensam e o que, de fato, faz com que vocês se sintam representadas!
19 comments
Juliana
Paula, eu preferia que desse foco as modelos realmente plus size, acima do manequim 50, porem, acho q certas roupas nao caem bem… Essas roupas das imagens acima, das modelos 54+ eu nao usaria a maioria delas… No meu caso o problema está aí..
Maioria delas
Lau Muniz
Boa noite flor!
Bem eu tenho 24 anos, sou saudável, peso 112 kilos, sou jovem, meu busto e tamanho 60! Eiiii eu sou jovem!
São essas afirmações que faço, todas as vezes que vejo marcas plus fazerem questão de querer me vender, mas não desejarem me ver vestindo as roupas deles!
Porém, o mercado plus ( estou falando das entendidas viu! Não é das clientes normais!) Não está pronto!
Fiz fotos meio caseiras mesmo, pra marca de uma amiga, fotos lindas, com edição quase zero! E o que eu e minha amiga ouvimos de ela é gorda demais, tem estrias, e essa mancha na canela e bla bla bla!
Foi enlouquece dor!
O mercado plus não está pronto pra absorver pessoas comuns estrelando campanhas!
Mas, as clientes normais precisam e merecem isso!
E isso tem que partir de todo tipo de marca, com todo estilo de roupa, jovem, meia idade, social, balada etc.
Os departamentos de marketing das marcas precisam estudar melhor o público alvo, e entender que não basta engordar as modelos, tem q saber trabalhar a distribuição, a qualificação de atendimento e o preço!
Tem que se especializar em apresentar suas coleções e não ser refém de meia dúzias de pessoas que acham que ditam o mercado e então definem o que é belo ou não!
Gilmara
Me peguei agora a pouco pensando sobre isto, quando entro no blog e vejo a matéria, bom realmente não me representam as menores, chega a ser frustrante e a cada dia vejo mais e mais modelos plus size em tamanhos bem reduzidos, ok que tem muitas emagrecendo a olhos vistos, direito de cada um não questiono isto jamais, mas dai olhar e falar nossa me representa, não mesmo, outro fator e numeração que na realidade digo que visto 50, mas não sei bem cada marca uma modelagem o que fica muito complicado estabelecer um padrão, são ridiculamente diferentes as medidas de uma marca para outra, este mundo plus size para mim está virando um campo de guerra o que me deixa bastante desanimada, algo que me motivava hoje já consegue me entristecer.
Patrícia
Oi, Paula! Eu concordo com você e acho seu questionamento super válido. Não acredito que a sociedade esteja preparada a aceitar a modelo plus size, incluindo o próprio público alvo. Afinal, são anos de discriminação, anos se escondendo atrás de mangas e vestidos, aguentando olhares tortos e comentários maldosos. Veja o caso da infeliz declaração da Betty Faria: sim, ela está errada, sim, ela está sendo preconceituosa, mas nos próprios comentários sobre a notícia a gente lê coisas do tipo: “se a pessoa é doente, tem problema de saúde, por que discriminá-la?” Ou seja, só é aceitável ser gorda se você tiver algum problema. Você NÃO PODE estar confortável em seu corpo se você for gorda! Isso – veja bem- entre os comentários CONTRA a gordofobia…
Acho que é uma luta que está apenas começando, esse combate a discriminação. Principalmente porque quem é gordo(a) precisa reeducar seu modo de pensar, sua visão sobre si e aí então questionar a visão que a sociedade tem. E isso é difícil: anos de autoestima massacrada! Mas, pessoas como você nos ajudam a ter esperança. Parabéns pelo lindo trabalho! Beijo!
Izabel Drumond
Eu já noto isso de tamanhos, e o que penso é o seguinte.
A maioria das mulheres gordas gostariam de ser a gorda harmoniosa, acinturada e com tudo no lugar, é isso que elas querem ver, por mais que essa não seja a realidade.
Então quando uma marca coloca uma modelo do tipo gorda vida real, o sonho vai pelo ralo, porque na compra da roupa se compra também o sonho do corpo harmonioso como falei acima.
Não é o ideal do ponto de vista social, mas é o que acontece no inconsciente das pessoas.
Angel
Acho incrível esse tipo de discussão. É brilhante a sua análise: “O mercado só irá se mexer quando as pessoas começarem, de forma pacífica e organizada, se manifestarem para verem a mudança que elas desejam”!
Vi isso recentemente numa palestra que assisti da dona de marca de moda praia Plus Size. Ela dizia muito isso:
“O entendimento da necessidade da pessoa é o que move a minha máquina de costura!”
Essa marca identificou que a segurança e a firmeza numa peça de praia deixaria suas cleintes satisfeitas. Foi por isso que ela inseriu o sistema de compressão aos maiôs! Achei super inovador! http://www.marinibrasil.com.br
Vi também uma vez, nos EUA, uma marca Plus Size, a Monif C., o cuidado deles com a necessidade da mulher Plus que quer ser fashion! Só entrar no site que entenderão: http://www.monifc.com
ATENÇÃO MARCAS: Entendam o seu mercado, só assim vocês irão acertar!
Bjs
Iris
Então, as lojas plus size que eu compro, por sorte, tem roupas e modelos que ficam próximos do meu, no caso 52, m o que eu acho ainda um ponto a ser revisado é tem muita, mas muita loja vendendo para o 52 aquilo que fica bacana só no 46.
Gentem, tem gordinha que não tem cintura, tem pernoca grossa. Outras tem cinturinha e bumbunzão e aí as confecções criam coleções que atendem, muitas vezes, uma pequena porcentagem das reais plus size e o restante é para as “wanna be plus size”.
Tem coleções que chutam o pau da barraca e criam um único estilo, tipo vintage ou um mesmo modelo eterno de roupa com tecidinhos descolados. Mêo. Não dá, sabe?
Eu consumo pacas moda plus size e tem vezes que as marcas que eu curto, simplesmente não tem nada do que me agrada e o pior, a roupa da nova coleção é igual a de 3 coleções atrás apenas com um tecido novo.
Resumindo a ópera: ainda acho que as confecções plus size não fazem literalmente roupas para os plus size. Ainda rola o medinho de não vender e o pior, ainda rola um desconhecimento grande sobre nosso universo.
Ajuda elas Paulitcha!!!
Bjo!
Karina
Eu me sinto muito bem representada qdo vejo modelos realmente gordas acima de 46, a noção de caimento da roupa ajuda demais na decisão da compra, apesar de ser considerada mais magra do que a maioria das minhas amigas de grupos onde participo eu me identifico muito bem!!
Karina
Minha opinião, eu acho que se assustar com por exemplo Tess Holiday ou outra modelo de mesma numeração mostrando uma roupa é normal, apesar de ser aquilo que precisamos ver, não estávamos acostumadas a ver a tempos atrás, eu sempre achei normal!
Taína Sena
Paula, eu acho que as mulheres que usam plus size talvez tenham uma miopia, talvez não se vêem como são de verdade, digo de tamanho mesmo, de noção, eu as vezes me sinto assim, muitas e muitas vezes eu já perguntei pra minha mãe ou algum amigo: eu sou mais gorda que a pessoa x?
bj
Bianca Lemos
Eu acho que as empresas não sabem lidar com modelos acima do tamanho 54, mesmo quando tentam incluir modelos com esses números. Não sabem lidar com o que veste bem, com o formato do corpo, etc. É claro que a mulher deve usar o que quiser, independentemente do seu peso/tamanho, porém, quando eu compro, gosto de ver uma mulher bonita e bem vestida, pq assim acho que a roupa também vai ficar bem em mim, que vou me sentir bem e ficar feliz com a compra.
Vou citar o exemplo da Marisa, onde sempre compro. As modelos normalmente usam 50/52, com seios pequenos/médios, braços não muito gordos… Uma vez colocaram uma modelo com seios realmente grandes, braço bem gordo, barriga aparente. Confesso que fiquei feliz de ver uma mulher com o corpo parecido com o meu, até porque ser peituda me atrapalha de comprar muitas peças, só que as roupas escolhidas para a modelo foram terríveis! Tipo, eu fiquei com pena da menina, sério mesmo. Seios grandes apertados num sutiã pequeno, que deixava os seios caídos e disformes, ainda pioraram e colocaram blusas transparentes, que dava pra ver todo o estrago, não do corpo dela, é óbvio, mas da péssima escolha de lingerie; camisas com mangas apertadas; camisas enormes, fazendo com que ela parecesse ter 10 quilos a mais, peças não acinturadas, enfim… Eu não comprei nada e raramente vejo a mesma modelo em fotos da mesma empresa.
Uma modelo linda, realmente grande, com um potencial incrível… se estivesse usando as peças certas. Ficou claro que quem a vestiu não entende nada daquele tipo de corpo, como valorizá-lo. Então acho que é isso: não basta colocar uma modelo usando números realmente maiores, se não souber valorizar o corpo e tornar as peças objetos de desejo. Já vi isso acontecer em outras lojas online, mas este caso foi realmente gritante e me chamou a atenção.
flavia
triste
Karina
Paula, Acompanho seu blog sempre e adoro. Eu acho que a “lavagem cerebral” de que gordo é feio é tão forte que não somente é difícil os gordos terem auto estima, como tb é difícil eles acharem bonito um modelo gordo. Infelizmente, essa é a realidade.
Elaine
É engraçado, a palavra representatividade tem sido uma das, se não a mais ouvida nos últimos tempos, no entanto, temos uma dificuldade enorme em entender seu verdadeiro significado. Como acontece na moda plus size, onde, de certa forma, fomos ganhando um espaço antes negado nas lojas, na mídia e principalmente na moda. Quando enfim conquistamos este espaço, passamos a procurar uma representação individual, não de um grupo.
Eu gostaria de saber onde me encaixo ou se estou excluída dos grupos sociais. Sou tamanho 46/48, gorda para para a sociedade magra, magra para o público plus size. Tenho encontrado alguma diversidade para o meu tamanho nas lojas de departamentos populares, menos no quesito lingerie, uso sutien tamanho 50 e embora algumas marcas fabriquem esse tamanho, nem todos dão a sustentação e conforto aliados a beleza, para a peça que necessito.
Isso acontece pelo óbvio, somos diferentes, nem toda gorda tem seios volumosos, ou bumbum grande, ou coxas grossas, não temos um padrão, o que não significa que, um corpo diferente do meu não me represente. Os fabricantes criam um padrão para facilitar a produção, isso em qualquer nicho, cabe a mim escolher o que me agrada em questão de estilo, forma e tamanho.
Consciência corporal, é tão ou mais importante que representatividade. Preciso entender o que meu corpo precisa e procurar neste mercado direcionado a nossa categoria, o que me agrada. Quando rejeitamos um estereótipo, estamos fazendo o mesmo que fizeram conosco durante muuuuuuuitos anos.
Respeito ainda é uma peça que cai bem em qualquer pessoa. Respeitar a individualidade do outro e a sua, é também se respeitar. O mercado é apenas um indicativo, não regra.
Bom senso e muita compreensão para todos nós!
Fátima
Nós que estamos acima do peso, ainda não nos aceitamos como somos. Quem veste manequim 48/50 acha bonito quando ve um catálogo que atende à essa numeração. Mesmo sem ser uma gorda com cintura, com bundão com peitão, se imagina como aquela modelo da foto. Se ilude que se vestir aquela marca, passará aquela imagem. Quando vê uma foto de uma manequim 58/60, logo pensa ” eu não quero ficar assim”. As mulheres que vestem números maiores, não nos passam uma imagem de saudáveis,( eu acredito que sejam, podemos estar bem e saudáveis em qualquer manequim ) mas para a maioria de nós gordas, que queremos parecer menores, vestimos a roupa que alonga, que diminui o quadril, que valoriza o colo, usamos recortes, listras, sempre a nosso favor, sempre para parecermos menores, nunca maiores…Com essa idéia na cabeça, uma manequim 60 nunca nos representará, pois mesmo que vistamos 62, queremos parecer menores…
Elaine
Acho que falta abrir a mente e ter coragem de ousar. Tentar novos looks sem pensar na opinião dos outros. Não dá pra colocar a culpa só na industria de moda. Já foi muito pior! Além disso temos inspiração nacional e internacional, muitas blogueiras realmente grandes com looks possíveis e bonitos.
Particularmente confio em marcas que estendem até o 60, pois a chance do 52 ser 52 é alta.
A galera tem que se jogar no que oferecem, testar, para poder cobrar. Incentivar o investimento no público plus size.
Mari
Na vdd nem sei bem o que dizer sobre o que você disse mas posso fazer tipo um brainstorm sobre o que está aqui agora na minha cabeça. Todas as modelos plus size que vejo são magras, e ponto. Não são magras no ponto de vista do peso, mas sei lá.. tudo tão no lugar, o que é impossível pra uma pessoa gorda. Cadê dobrinhas nas costas? Cadê a dobra da barriga (que eu odeeeeeio, nem calça jeans segura). Cadê o braço pendurado? Cadê as coxas assadas? Cadê papadinha? Realmente, as que vejo não me representam. Concordo que colocar alguém assim em uma campanha não chamariam a atenção de ninguem pq é realidade gente, e ninguém está preparado pra enfrentar a realidade. A imagem que tenho de mim não é a que vejo no espelho e por isso comprar roupas é tão triste. Morro de vontade de comprar roupa via net mas não tenho coragem, porque não me identifico. Não mesmo. Fica sempre aquele sentimento: “ah nela fica bom, pq ela não tem barriga/ a barriga é reta/ barriga dura, ela tem curvas”. Não me identifico mesmo. Ainda mais que sou baixinha. E cintas não estão no cardápio, obrigada. Esquece roupas. Vivo de roupas de poliester (aquele tecido mole) de grávida e legging. Entrar em lojas é um suplicio, uma tortura. Sim, lojas plus size. Pq nada vai ficar bom. Se serve no peito a blusa vira vestido, se fica bom na cintura, estoura no quadril. É deprimente. Vc bater 10mil pernadas pra achar uma loja boa, pagar o olho da cara numa calça e ainda assim, sair de lá sem ela pq não serve, fica larga demais, apertado demais. Aí a vendedora diz “mas é só ajustar”. Sim, pago 400 reais na calça e mais 200 pra ajustar/cortar metade fora… jóinha pra vc. Metade do meu salário uuufa. Eu sei que nunca vão ter roupas exatamente pra mim até porque tenho um corpo bem “específico” pela altura, mas fazer o que. E continuo com minhas roupas de grávida compradas do lojão de 10 reais.
Mari
Continuando… esqueci uma coisa. CAMISETA NÃÃÃÃÃÃÃÕOOOOO!> Aquelas disfarçadas de blusa. Não por favor, não sou mais pré-adolescente.. E é só o que vejo.