“Em um corpo”. Por anos essa foi a minha resposta. Não, para mim o dinheiro não era o que traria a felicidade, mas sim a beleza. E antes de me chamar de louca, quem chegar até o final entenderá porque essa foi a minha verdade por muitos anos e porque ainda às vezes custo a crer que o contrário é verdadeiro.

No primeiro dia deste ano, tive de presenciar uma das cenas mais horríveis e doloridas que já vi em minha vida. Em um almoço de família, vi minha irmã entrar em um estado de dor tão profundo que ela não sabia se chorava ou se tentava falar. De repente, na sala, a cena começou.  Como uma bala que é disparada acidentalmente, ela soltou: “EU NÃO AGUENTO MAIS SER GORDA. EU ME ODEIO.”

Todos pararam e olharam chocados para ela. Imediatamente minhas células gelaram e um filme passou por minha cabeça. A menina chorava um choro que eu nunca tinha presenciado antes. Era a dor da alma dela. Foi repentinamente tomada por uma diarreia verbal e  colocava para fora tudo aquilo que sentia. Eu não conseguia falar. Não conseguia me mover. Eu estava sentada de frente para ela e fiquei ali, observando. Um tio extremamente carinhoso que temos sentou ao lado dela e a acalentou enquanto chorava. Minha mãe parecia fingir não ouvir.

“EU VOU FAZER A CIRURGIA COM OU SEM O APOIO DE VOCÊS. EU PREFIRO MORRER A PASSAR O RESTO DE MEUS DIAS SENDO INFELIZ POR SER JULGADA POR MINHA APARÊNCIA. GORDA – É SÓ ISSO QUE AS PESSOAS ENXERGAM. GORDA, GORDA, GORDA.”

Essa foi uma das frases mais impactantes que ouvi naquele momento. Ela repetiu diversas vezes que preferia a morte do que a infelicidade que sentia dentro dela. Eu sucumbi e me senti completamente inútil por não ter o que dizer. Eu, que tento lutar contra a “ditadura da beleza”, que aconselho várias meninas todos os dias, que escrevo textos e mais textos para ajudar a autoestima da mulher a melhorar não tinha uma palavra sequer para dizer a ela.

Eu conhecia sua dor.

Quando cheguei a Bauru, uma das preocupações de minha mãe era que eu sentasse com minha irmã e conversasse sobre a tal cirurgia. “Eu tenho medo que algo aconteça com ela. Imagine se ela morre? Eu acho muito perigoso” – dizia minha mãe. Expliquei que ainda não tinha uma opinião formada a respeito porque, embora eu também fosse gorda, nunca havia cogitado fazer a cirurgia e pouco sabia sobre o assunto. “Mãe, eu não vou catequizar ninguém. Ela tem que ser responsável por suas próprias decisões, mas irei conversar com ela para entender o que acontece” – respondi.

Em uma tarde, conversei com minha irmã. Sua queixa é conhecida por quem carrega quilos a mais. “Ninguém me aceita, Paula. Ninguém consegue passar daquilo que está na carcaça. As pessoas acham que sou isso aqui: um monte de banha. Não adianta falar que não porque as meninas bonitas e magras têm muitas outras oportunidades que nós não temos. A sociedade é assim e você sabe disso melhor do que eu. Eu quero entrar nas roupas bonitas, quero poder escolher um homem bacana para estar ao meu lado e não simplesmente me render a ficar com o fulano porque ele me aceitou como sou e pode não haver outra opção. Quero poder escolher, quero que as possibilidades aumentem em todos os campos. Quero escolher uma roupa e não levar aquela porque serviu. Até para arrumar emprego sofremos preconceito. Quero ser normal.”

O QUE É SER NORMAL?

Aquilo doeu. Ver a minha irmãzinha dizer que queria ser “normal”. Obrigada, sociedade, por fazer com que uma menina linda e saudável se sinta uma aberração. Ela pode carregar alguns quilos a mais, mas isso não a torna indiferente ou invisível. No dia em que conversamos, decidi que se minha mãe não daria apoio a ela, eu daria. Embora a possibilidade de morte e uma complicação sejam baixas, prefiro saber que estive ao lado de minha irmã e que dei apoio para que ela realizasse um sonho do que ceder a um medo que julgo egoísta de pensar que ela pode morrer e que eu cooperei para isso. É assim que minha mãe vê a situação.

Hoje, vou dizer para vocês o que penso: embora tente diariamente me convencer de que meu corpo não é um problema, para mim ele ainda é e para minha irmã também. Eu me privo de viver muitas situações, vivo cercada por um medo que é só meu e que 90% da sociedade não entende. Não adianta dizer que ter um corpo mais “aceitável” não abre portas, porque abre. Sendo gorda, muitos homens sequer se dão ao trabalho de conversar comigo e me conhecer porque eu não sou a gostosa que vai despertar a inveja dos amigos dele e que o fará sentir o “macho alfa”. Insegurança e algum probleminha de autoestima todo mundo tem, mas quem é gorda passa por algo diferente.

Todos os dias quando acordo e me vejo no espelho, penso que se meu corpo fosse diferente,  poderia ter novas oportunidades de muitas outras coisas. Talvez seja uma ilusão. Talvez um dia eu dê uma boa emagrecida e veja que o problema não era o meu peso, assim como já escrevi em outro editorial. Mas sim, o peso é um problema porque ele altera todo o meu comportamento e o meu emocional, ou seja, altera toda a minha estabilidade como pessoa! Eu posso ser inteligente, independente, responsável, divertida e o escambau, mas tenho um emocional de merda – me perdoem a expressão –  porque minha aparência afeta meus comportamentos e isso me prejudica.

Várias meninas me escrevem dizendo que acham o máximo que eu sou super descolada, que me aceito e que falo abertamente sobre o tema. Não, eu não me aceito e já disse isso mil vezes. Eu entendo que esta é minha condição atual e não é por isso que deixarei de me vestir bem, de me cuidar e de buscar o melhor que posso para mim. Eu ainda quero melhorar meu corpo, inclusive por questões de saúde, mas não sou feliz com todo este peso. No entanto, todos os dias eu escolho não me abandonar, não me esculachar e é isso que eu tento ensinar para vocês todos os dias.

Se eu conseguisse me aceitar e ser feliz como sou, eu seria uma pessoa realizada. Tenho várias amigas que se aceitam e que são felizes. No meu caso, como não me aceito, o peso interfere diretamente no meu comportamento e cria uma série de defeitos e problemas que devem ser trabalhados. É isso que quero que vocês entendam: eu não milito pelo movimento “uhul, vamos ser gordas e felizes e lindas que tudo bem!”. Milito pelo “seja feliz, não crie rótulos. Todo mundo tem a sua beleza”. Porque sim, há gordas lindas, desejadas e cheias de autoestima – elas se aceitam, elas realmente são felizes e a sociedade não deveria, jamais, dizer que isso é errado. Cada um deve ter o direito de ser feliz como quiser. Eu ainda não alcancei esse estágio de maturidade e felicidade, mas não irei dizer a minha irmã que ela tem que conseguir ser feliz sendo gorda se ela tenta há vinte e tantos anos e não consegue.

Será que vocês conseguem entender o que quero dizer? É tão difícil falar sobre isso….

Bruna,

Talvez eu não tenha conseguido lhe dizer tudo isso naquele dia em que vi você se desmanchar na frente de todos, mas eu entendo a sua dor melhor do que qualquer outra pessoa e eu estarei do seu lado a cada passo que você precisar tomar. Eu quero que você seja feliz acima de tudo e se algo tiver que morrer, que seja o seu medo, o seu complexo, a sua insegurança e a sua culpa. Quero que você seja feliz, que consiga comprar as roupas que você quer, que consiga o homem dos seus sonhos e que não se prive mais de viver os bons momentos que a vida oferece por carregar um peso que vai além do físico: o emocional.

Estou com você nesta caminhada e se ir para a mesa for te libertar do sofrimento, que você possa se fartar de expectativa, de alegria e de esperança para um novo recomeço. Eu sentarei ao seu lado e me regozijarei com a sua felicidade porque isso é tudo o que importa pra mim.

Gorda ou magra, você sempre será linda e amada porque eu sei quem você é e para mim não é um corpo que te define, mas sim o seu coração.

E quanto isso eu sei que a minha felicidade mora em algum lugar, dentro de mim, que eu ainda não descobri, mas eu sou fuçada e o importante é que estou indo em busca do tesouro perdido. Um dia irei encontrá-lo!

Comentários

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20 comments

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Ai sis, estou sem palavras…só sei que muitas lágrimas caem dos meus olhos nesse momento. Você é a única pessoa que consegue entender o que eu estou passando, é a única que passa pelas mesmas coisas que eu, você sabe como é ruim ser julgada apenas pelo que você aparenta e não pelo que você realmente é. Eu infelizmente, não consegui ser feliz e me aceitar como sou, eu deveria não me importar tanto com meu corpo,afinal é só um corpo, mas parece que hoje a sociedade faz com que o corpo “ideal” seja venerado pelas pessoas. Não dá, eu já tentei de tudo para tentar emagrecer, parece que alguma coisa me prega uma peça para eu não conseguir. Minhas tentativas fracassadas me fizeram desistir, simplesmente. Sei que muita gente é contra a cirurgia, mas imagine, se tudo der certo, COMO EU FICAREI FELIZ por FINALMENTE conseguir o corpo que eu sempre quis ter… acho que isso vai mudar minha vida completamente…Enfim, só posso te agradecer pelo apoio,pela compreensão e pelo texto que me fez chorar litros por ser tão verdadeiro. Eu te amo muito, saiba que para sempre terá uma pessoa a te apoiar nas horas ruins e boas… <3 Um beijo da irmã.

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PUXA, COMO VOCÊ TEM SORTE !
Nunca antes havia tido vontade de ter uma irmã, mas agora isso de repente me bateu.
Nunca senti falta de irmã, sempre gostei de ser a única filha mulher. Mas depois desse texto entendi porque tantas filhas únicas pensam diferente de mim em relação ao assunto.
APROVEITE A SUA SORTE ! PARABÉNS POR SUA FAMÍLA. SAÚDE E SUCESSO !

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Olá.

Me identifiquei em cada sentimento angustiante que vc descreveu no texto.
Eu tb não me aceito gorda e por isso aprendi a evidenciar o que tenho de melhor para que o meu peso não atrapalhe TANTO a minha vida.
Ninguém conhece melhor nossas angustias do que nós mesmos.
Se sua irmã será feliz fazendo a cirurgia que ela faça. Pior coisa do mundo é viver com o “se” na cabeça: “Se eu tivesse feito a cirurgia teria sido diferente?”
Existem riscos mas eu pergunto: viver uma vida de depressão e infelicidade tb não causa risco de morte? Ás vezes, estamos correndo muito mais riscos vivendo de infelicidade do que em uma mesa cirúrgica.

Desejo toda a sorte do mundo para sua irmã e que ela seja muito feliz SEMPRE.

Bjoss

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‎Paula Bastos, sua irmã terá todo nosso apoio!!! Bruna Bastos acredito ter o dobro da sua idade… rss e digo que os sentimentos são parecidos, não iguais. Com o passar dos anos – de obesa – você vai percebendo e deletando algumas coisas em sua vida. Eu dou a maior força. Eu parei de fumar para fazer a cirurgia, estou passando por várias determinações. E assim é a vida! de determinações, de acreditar que podemos sim enfrentar nosso inimigo oculto. E cada um sabe muito bem qual é. Eu fiquei um ano conversando, pesquisando e hj marquei minha cirurgia. Estou muito feliz. Sei q a cirurgia não irá resolver meus problemas de uma vez. Mas será um fator de determinante para grandes mudanças! Bruna, tenho um blog e minha vontade é fazer dele um diário. Se quiser, acompanhe! E acredite sempre, mas sempre em você e as vezes é importante deixar algumas opiniões de lado. Entendo sua mãe, mãe é sempre mãe… mas só querem nosso bem. Eu só ouço as pessoas q querem meu bem e querer meu bem é estar comigo nessa nova etapa. Não nos conhecemos mas desejo de coração sua felicidade. Encontrei sua irmã – umas duas vezes. Muitos textos dela cairam como uma luva em minha vida! sou fã dela. Espero ter contribuído com algo. E por último: acredite sempre em você!!! só vc, só vc!!!! Fica bem. Bjks

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Paris, já comentei com vc pelo Twitter que conheço muitas pessoas que fizeram redução do estômago. Tenho minhas reservas quanto à cirurgia, mas isso não importa, afinal opinião cada uma tem a sua. Mas posso dizer que nenhuma das meninas que eu conheço e fez a cirurgia correu riscos, pois acompanhei a história de cada uma delas. Uma das minhas amigas que operou se sentia como sua irmã. Era extremamente infeliz por causa do seu corpo, e não adiantava a gente falar qualquer coisa. A infelicidade a tornou uma pessoa amarga e isso passou a influenciar nas amizades, no namoro, na família e no trabalho. Em 2010 ela finalmente conseguiu fazer a cirurgia e hoje ela se sente outra pessoa. Agora moro em uma cidade diferente da dela, mas vejo as fotos que ela posta no facebook e vou dizer: é outra pessoa. Não só pelo corpo magro, mas principalmente em seu olhar é possível ver como ela mudou completamente. Também acho que um corpo não muda a nossa essência, estou gordinha no momento e convivo com isso numa boa, apesar de me preocupar com minha saúde. Mas minha maior sorte é que meu marido é um homem com H maiúsculo e ele me ama de todos os jeitos. Ele me conheceu mais magra, e hoje estou beeem gorda se formos comparar. E ele não me aceita como sou e nem sou a única opção dele. É que ele realmente me ama e vai estar do meu lado, independentemente do meu corpo ser magro ou gordo.
Espero que sua irmã encontre a felicidade e saiba que tem muita energia positiva para que dê tudo certo para ela!
Beijo!

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Oi!
Nossa eu amei o post…
me vi nele!!
enquanto eu lia lágrimas escorriam dos meus olhos e eu me via em cada palavra que representava a minha dor em ser diferente do que eu realmente gostaria de ser!
O preconceito das pessoas em relação a nós é muito grande, parece que eles não percebem que nós temos sentimentos, e isso que eles fazem nos prejudicam e nos magoam muito!!
Eu sempre choro escondido das pessoas,quando vejo (escuto) comentários sobre meu corpo, e muitos deles nem imaginam que cada palavra dita fica registrada consumindo a felicidade que ”poderia” haver dentro de mim!! E que por culpa desse preconceito eu quero me esconder, dentro de mim mesma !!
Paula seu texto significou muito pra mim!! Me abriu os olhos e me fez perceber que não sou só eu que passo exatamente por essas coisas e principalmente por esse sentimento.
Obrigada mesmo por fazer essa postagem !Sucesso pra ti, e boa sorte pra sua irmã (: tudo de bom !

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Me emocionei com seu texto. Você tirou todas as palavras de minha boca.

Tenho sobre-peso, vou entrar na academia mês que vem para perdê-lo. Estou fazendo isso não por mim, mas pelos outros. Para meus amigos, vou entrar na academia por que eu quero fazer luta (o que escolhi), mas pra mim é porque cansei de ser discriminada pela minha aparência, tanto peso, quanto cabelo, roupas…

Eu demostro ser feliz. Digo que não ligo pra essa merda de sociedade, mas é tudo uma grande mentira. Meu amigos dizem: “Você é linda do jeito que você é.”, mas não me sinto assim. Não atrapalho ninguém com minha angustias, por isso acabo por negar minha frustração…

Eu fico com raiva desse mundo que ainda julga a gente por fora. Já passei por situações de caras falaram que só ficaram comigo por eles estarem bêbados, e muitas outras que prefiro não expor. Minha própria mãe, direta e indiretamente, acaba por falar que sou gorda como se fosse um desastre… Eu tenho vergonha de ficar de roupa curta (de casa) ou pelada na frente dela, ou até quando eu vou pra alguma loja, experimento a roupa, e a devolvo pra moça do provador, porque não deu em mim, porque eu sinto no olhar dela sua decepção…

Me privei de ir pra praia, até com amigas, porque tenho vergonha de mim. Quando dizem “Ah, fulano tá afim de você.”, eu falo que não, porque sou gorda…

É triste, muito triste, mas sou forte, sabe? A vida me deixou assim. Estou fazendo um curso de modas e quero fazer uma faculdade, porque quero que mulheres como eu, não fiquem mais tristes quando vão comprar roupas e elas não cabem, ou quando compram alguma roupa que mesmo que você não goste, você a compra, por ela caber em você.

Peço desculpas pelo o meu comentário angustiante, rss, mas tinha que compartilhar isso, porque está há tanto tempo guardado… Apesar de tudo, ainda estampo esse sorriso de orelha a orelha, mesmo que por trás dele venha lágrimas e mais lágrimas.

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Que texto lindo amiga e é por essas e por outras que te apoio em tudo o que diz respeito a sua felicidade (mesmo quando sei que você vai fazer burrada e me ligar de noite contando, mas eu não ligo, a vida é assim, se a gente não tenta, não sabe como vai ser!).

Eu sempre fui magra, bailarina, corpo perfeito, tudo no lugar, não minto.
E sempre sofri preconceito por ser magra, por ser como sou, por incrível que pareça.

Ouvia das amigas que eu era fútil, que pensava só no corpo, mas sempre que chegava o boletim com notas de deixar qualquer queixo caído ou quando eu dissertava sobre Literatura na aula de Português eu calava metade da escola.

Acho que fui uma das que começou a quebrar os rótulos na escola de que se for gostosa é burra.
Não é.
Minha medalha de mérito em Geografia, História e Literatura provaram isso durante os 3 anos de ensino médio.

Ouço até hoje de pessoas próximas que elas tem “ódio” por eu ter o corpo que tenho e fico assustada confesso, me pergunto pra que?
Porque é um preconceito invertido, que vem de cabeças que sinceramente abitoladas ou não, buscam mais fazer pelos outros do que por elas.

Eu me cuido sim (principalmente depois da cirurgia que me deixou com uma cicatriz imensa justo no lugar da barriga tanquinho que eu tanto me gabava de ter), aprendi com minha vó de 103 anos que nosso corpo é nosso templo e que devemos cuidar dele da melhor forma possível.
Não pela estética apenas, mas por ele refletir toda sua existência (a saúde é a base de tudo. Seja a saúde do corpo, da mente, do coração ou da alma!)

E tem que refletir de forma positiva, PRA VOCÊ.
Não para os outros, entende?

Sou a louca das mudanças.
Pinto o cabelo quando quero, faço tatuagens, brigo com a celulite e todos os dias fico de mal da minha cicatriz gigante, mas fico por mim.
Porque é meu templo e ele tem que refletir para mim e não para os outros.
As marquinhas e tudo mais são só as histórias, afinal ninguém sai da vida ileso!

Se sua irmã quer fazer a cirurgia eu super apoio.
Se ser magra vai fazê-la feliz, se isso vai trazer mais saúde, se a qualidade de vida dela vai aumentar, faça.
Refaça.
Milhares de vezes! Mude!

A vida é tão sem absurdamente incrível pra gente se acomodar “aceitando” situações porque disseram que tem que ser assim!

Tem que ser nada, tem que ser como a gente quer! Quando a gente quer!
O importante é fazer sentido pra gente, pra mais ninguém!
Indepentende se gordinha, magrinha, com cicatriz ou sem!

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Paris, querida, lindo o texto.
Eu nunca tive problema com peso, sempre foi o contrário, sempre tive auto estima baixíssima por ser magra demais. quantas vezes não ouvi que homem não gosta de osso, que não tenho peito portanto não sou atraente, e muitas outras coisas desagradáveis sobre outros aspectos da minha aparencia: meu cabelo crespo, orelhas… não posso comparar com o que passam as pessoas que sofrem por causa do sobrepeso, porque é uma situação muito diferente. no fim do dia, as magrelas ainda estão nas revistas, e as roupas ainda são feitas para elas.
é muito difícil não se aceitar, eu sei bem o que é isso e posso dizer que desde que saí da infância e passei a ouvir os primeiros insultos a respeito da minha aparência, passei a não gostar nada do que via no espelho. não consigo me convencer de que sou bonita e atribuo a falta de namorado não só a minha total falta de jeito pra paquera, mas ao fato de minha aparência não agradar aos homens. tenho tentado a cada dia me aceitar como eu sou, mas acho que se aceitar não é o suficiente, sabe? queria me amar, ter auto confiança, me achar linda independente do que os outros pensem, mas ainda não consigo me libertar disso.
é muito dificil viver assim, mas acredito que um dia conseguiremos vencer esses problemas que na verdade, estão mais dentro da gente do que fora.
um beijo, e sorte na cirurgia, Bruna 🙂

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Que texto lindo!
Também conheço essa dor da sua irmã e a sua também.
Compartilho dessa mesma dor.
Ano passado eu me encontrava com estado de espírito exatamente igual a sua irmã, com a auto-estima em frangalhos por causa da exaustão que eu sinto em lutar contra a obesidade durante 28 anos da minha vida.
Decidi em 01 de setembro de 2010 dar um fim nisso e fazer a tão famosa cirurgia bariátrica, que ajuda muitos obesos mórbidos a recuperar suas vidas e saúde. Eu sempre achei que a cirurgia no meu caso, seria uma demonstração de fraqueza, entregando os pontos porque não conseguia emagrecer com reeducação alimentar e exercícios. Mas eu me enganei, não aguentava mais ser gorda, ser subestimada, ignorada e excluída… Foi daí que veio a decisão em fazer a cirurgia. Meu marido, que ano passado ainda era meu noivo, fez a cirurgia em 2006 e foi tudo bem, perdeu 60 kg. Meu sogro também teve êxito na cirurgia e uma tia do meu marido também. Todos fizeram a famosa cirurgia com o mesmo cirurgia e conseguiram eliminar por um tempo o fardo físico e psicológico da obesidade.
Eu tinha casos de sucesso na família e acreditava que seria mais um, sabia de tudo sobre a cirurgia, fui às reuniões, falei com outros operados e tudo mais.
Minha gordura é muito localizada nos quadris e o cirurgião, bem conceituado, me garantiu que a minha cirurgia seria sucesso absoluto. Com isso, eu me enchi de esperanças, de ser uma pessoa “normal’, de poder escolher minhas roupas, de poder sentir meu corpo, as minhas formas sem esse excesso de peso, de ter minha compulsão alimentar controlada por uma limitação física (que é o objetivo principal da cirurgia, diminuir a quantidade de comida que cabe no seu estomago e facilitar a excreção do foi ingerido).
Eu estava cheia de esperanças e sonhos, queria casar linda, com o corpo enxuto, me sentir verdadeiramente bonita e em paz com o meu corpo, finalmente me aceitar.
No dia 01 de dezembro de 2010, era o dia da minha cirurgia e eu estava super nervosa, família presente no hospital para apoiar, minha mãe era a única que não queria que eu fizesse, talvez tenha sido um presentimento…
Entrei na mesa de cirurgia as 11hs da manhã, e pensei que acordaria com tudo feito e resolvido. Pensava na Vida nova que estava por vir.
Houve uma complicação, durante a cirurgia a minha aorta foi perfurada e a arteria renal também, perdi muito sangue quase morri. Passei por uma cirurgia vascular para suturar as perfurações e com a perda de sangue não pude ser submetida a cirurgia bariátrica.
Acordei quase um dia e-mail depois, tive que ser posta em coma induzido para que meu corpo não rejeitasse as suturas feitas nas artérias e para que meu corpo pudesse se recuperar da perda de sangue excessiva.
Quando acordei: a primeira coisa que pergunta a meus pais era se já tinham feito a cirurgia… Ninguém sabia como dizer o que aconteceu… nem me passava pela cabeça o que aconteceu…
Agradeço a Deus por não ter morrido! Por algum motivo eu tive essa segunda chance.
Agora depois desse trauma todo, só posso dizer que tenho mais feridas ainda, sou gorda, não consegui fazer a cirurgia, não consigo emagrecer. Tento fazer esse exercício que você mencionou no texto de me aceitar, de tentar me cuidar, de não perder a vaidade.
Mas é muito difícil!
A minha história é essa eu só queria compartilhar com você porque esse post mexeu comigo. Desejo que a sua irmã tenha muito sucesso, seja qual for a decisão dela e que você possa encontrar o seu tesouro perdido.

Responder

Aff Paula, lindo demais o seu texto, emocionante.
Sou leitora (na moita) do seu blog há tempos mas hoje tinha que aparecer por aqui pra te elogiar. E é tanta gente que passa pela mesma coisa, que se sente deslocada pelas imposições da sociedade… é só ler os comentários deixados aqui!!
Desejo tudo de bom pra sua irmã, que ela tenha muito sucesso na cirurgia e que possa, enfim, ser muito feliz!!

Beijos!

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Eu passei por crises como essa por muitos anos… e sempre exercitei a sua frase: “todos os dias eu escolho não me abandonar”. Mantive isso até que não consegui mais me acompanhar e caí muito forte, em não conseguir sair de casa por não ter uma roupa qualquer que me vestisse, ou um resto de ânimo para encarar os olhares ameaçadores dos outros. Eu lutei contra a vontade da família toda para fazer a gastroplastia. Apenas a minha irmã, magra de dar raiva a vida toda, apoiou a minha decisão.

Eu passei muito mal nos primeiros dias, por conta de uma grave complicação que me levou de volta à mesa de cirurgia 3 dias após a gastroplastia, para realizar um procedimento complicadíssimo, de desobstrução intestinal causada por inchaço das suturas internas. Depois disso foi a UTI, mais alguns dias de internação e fui liberada para a vida nova em casa. Pensava como a Bruna, em preferir a morte a continuar com aquele corpo que só eu sabia o quanto pensava na minha alma. Mas, quando me vi em uma cama da UTI, com uma incisão de 15 cm no abdômen, pensei que preferia estar suando em uma corrida no parque a estar ali, inválida.

Hoje sou extremamente feliz pela minha escolha. Faria tudo de novo, principalmente se soubesse que não passaria pelo perrengue que passei. Enfim, gosto de relatar a minha história não com o intuito de desincentivar a cirurgia, mas sim para alertar que nem tudo são flores. Hoje, passados 2 anos e 7 meses, não me arrependo um tiquinho de ter feito. Sou uma nova mulher e tenho a certeza de que se não fossem os 45kgs eliminados eu não teria a mesma audácia em enfrentar a vida. Depois que eu emagreci, parece que lavei o rosto e saí pro mundo tocando o foda-se para quem me desprezasse.

Em todo esse processo eu contei com o amor do meu marido, que mesmo contra no começo, hoje é muito feliz por ter alguém completamente realizada ao seu lado.

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Poucas vezes as palavras faltaram-me, mas no seu caso eu sei porque isto aconteceu: você as roubou todas de mim.
A cada dia que passa admiro mAias você, quero ter a sorte de um dia abraçá-la e dizer:
Minha querida amiga , se as pessoas fossem um décimo do que você é , o MUNDO SERIA MUITO MELHOR!
Tenho orgulho de pertencerao seu círculo de amizades.
Aceite o meu: lindo, maravilhoso, emocionante e que tais. Você mais que merece isto, você é possui a chave para o coração das pessoas! Guarde e continue usando com maestria. Parabéns!

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Paula, Bruna …

Sei exatamente que sentimentos são esses … É impressionante como nossa vida despenca qdo nós mesmas não nos aceitamos, seja qual for o motivo.

Nestes meus quase 28 aninhos já fui “de vários tamanhos” … cheguei a perder muuuitos dos quilos que me incomodavam mas nunca ficava satisfeita. Claro que emagrecer a custas de sibutramina e não controlar depois não deu um resultado duradouro, o que me rende meu maior tamanho …

Mas se tem uma coisa que eu aprendi é que as pessoas me veem como eu me mostro. Mesmo na fase gostosona magrela tive meus altos e baixos. Sim! Não era porque eu estava bonita por fora que sempre me viam assim … qdo eu me sentia a gorda de antes era assim que eu me mostrava, era assim que me viam.

Outra coisa que me motiva é pensar se realmente quero ao meu lado pessoas que me julgam apenas pelo meu tamanho, pelas minhas banhas! Já pensei em perder peso pra ser aceita e achar um cara dito como “legal” pra mim … mas parando pra pensar, será que esse cara é tão legal assim se só me quiser magra? Pelo meu corpo perfeito e não pelo que realmente sou? Respondi pra mim mesmo que não! Não quero ao meu lado pessoas assim. Não é pensar em estar com alguém “só pelo fato dessa pessoa me aceitar”, mas por ela me ver como eu sou …

Não é fácil … é um exercício diário e compartilho essa dor com vcs …

Conheço algumas pessoas que fizeram a cirurgia e hoje estão bem … felizes! Conheço também quem fez pois encarava a depressão que passava unica e exclusivamente pelo fato de ser gorda. Hoje, magra, continua sofrendo com a doença…. a depressão estava nela, não no peso.

Sou a favor sim de buscarmos aquilo que queremos pra ser feliz, mas isto não esta em como os outros nos veem, mas em como nos vemos.

Espero de coração que encontrem a sua paz, seja com a cirurgia ou não. O que importa é estar de bem com a gente mesmo.

Bjus 😉

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Hello, GM’s!
Eu ia escrever um texto com o meu ponto de vista sobre este assunto, mas resolvi fazê-lo na forma de comentário mesmo, porque o papo tá rolando é aqui, e além do mais – mimimi – ninguém nunca comenta minhas colunas mesmo – mimimI. rsrs

Eu vou começar polemizando, se vocês me permitem. COM TODO O RESPEITO DO MUNDO, por favor, porque isso aqui é uma conversa e não uma briga, ok? Este é apenas o MEU ponto de vista.

Pois bem. SE – eu disse SE – a irmãzinha da Paris pedisse minha opinião sobre a cirurgia, eu diria que acho que ela não deveria fazer, pelo menos não agora.
Não sou contra a cirurgia bariátrica, muito pelo contrário, acho-a um grande avanço da medicina e sem dúvida tem mais é que ser usado a nosso favor, MAAAAS, com muita cautela, sempre! E a cautela aqui começa no quesito IDADE.
Sim, eu sou contra pessoas jovens se submeterem a um procedimento tão radical que vai mutilar seus corpos para sempre, especialmente quando este jovem não sofre da DOENÇA da obesidade mórbida, não tem indicação médica para o procedimento (e indicação é diferente de recomendação), quando trata-se de uma mulher que ainda não teve filhos e amamentou, e PRINCIPALMENTE quando trata-se de alguém que tem o FOCO do procedimento na estética, exclusivamente.

Vejam que eu não estou aqui questionando o sofrimento, os sentimentos e as angústias de quem deseja fazer a cirurgia. Não estou minimizando o drama vivido por quem se sente excluída do Mundo, muito pelo contrário! Não esqueçam que também sou gorda, já vivi 35 longos anos e já senti ou sinto tudo isso que vocês relataram, Porque isso é fruto do meio onde vivemos, então de um jeito ou de outro, com mais ou menos segurança, todas nós já nos sentimos vítimas do nosso próprio corpo em algum momento.

Entendo de verdade este desespero que move algumas meninas, acho até que quanto mais jovem, mais difícil lidar com isso, porque a gente tem a sensação de que a vida vai passar a não vamos aproveitá-la, MASSSS (de novo um MAS), é preciso MUITO CUIDADO.

E nem estou me referindo ao resultado exatamente, nem estou me referindo aos riscos da cirurgia, nem é este o ponto. Pra falar disso existe toda uma comunidade médica e vasto conteúdo na internet, então quem se propõe a fazer a bariátrica sabe exatamente onde está se metendo, e cada um é cada um pra decidir que riscos e privações quer correr.

O meu maior SENÃO nesta história toda é que eu vejo a importância da beleza física um pouco idealizada de uma maneira inatingível até mesmo com o emagrecimento pós cirurgia, e isso pode ser extremamente danoso.

Vou explicar com um exemplo concreto: F., uma conhecida minha, sempre foi gorda e sempre sonhou ser magra. Tinha angústias parecidas com todas as relatadas aqui no post e nos comentários, sofria demais, chega dava pena de ver alguém tão presa dentro do próprio corpo sem conseguir se enxergar como ser humano normal. Logo que a bariátrica se popularizou, digamos assim, F. começou a viver sua vida em função do sonho da cirurgia. Juntou dinheiro, trabalhou em jornada extra pra ganhar mais, mobilizou parentes e amigos, enfim… foi uma maratona, até que ela finalmente conseguiu viabilizar a cirurgia. Nunca vou me esquecer de uma frase dela quando saímos pra tomar um café, dias antes do procedimento: “Farta, eu até sonho com o dia em que eu vou me olhar no espelho e vou me sentir como aquelas modelos das revistas, eu fecho os olhos e posso imaginar como vai ser incrível entrar num jeans 38 e ouvir assovios da galera da faculdade, eu não consigo pensar em outra coisa!”.

F. fez a cirurgia sem nenhum susto, ficou super bem, teve alta no tempo previsto, estava radiante, e nunca vi alguém tão “caxias” nos cuidados pós-cirúrgicos como ela. O que o médico mandava era lei. Nunca comeu uma grama de comida além do prescrito, nunca fez nenhuma extravagância, e tanta dedicação resultou em 48 quilos eliminados em pouco tempo. F era finalmente aquele corpo magro que ela tanto sonhou. Mas comecei a perceber que ela já não estava mais tão radiante. Percebi que ela continuava usando as mesmas roupas “fechadas” de antes (camisetões, jeans mais largos, etc), e continuava com a autoestima bem fragilizada.

Um dia a chamei para uma conversa, e cortou meu coração. Porque F. sofreu muito pra admitir, mas conseguiu me dizer, com todas as palavras, que ser magra não bastava. Porque ela finalmente tinha um corpo magro, mas não era nem de longe o corpo magro que ela visualizava, o corpo magro das moças da revista. Era um corpo magro que carregava as marcas da obesidade do passado, era um corpo magro flácido, era um corpo magro, mas não era o tipo “gostosona que para o trânsito”.

F. me disse que o médico havia conversado com ela sobre as cirurgias plásticas que ela poderia fazer pra melhorar a estética das “pelancas”, sobre a redução de mama com implante de prótese pra diminuir a flacidez nos seios, tudo isso ela já sabia, mas me disse: “Além de não ter dinheiro pra fazer tantas plásticas, não sei se aguento mais cirurgias grandes, e além disso, por mais que as plásticas ficassem perfeitas, eu seria sempre uma mulher toda costurada e cheia de cicatrizes, e continuaria tendo que usar camisetões pra esconder tudo”.

Eu lembro bem que um dos maiores sonhos de F. era “ir à praia de biquíni e arrasar”. E naquele dia ela me falou que NUNCA iria à praia com cicatrizes de plásticas aparentes (e pelo menos duas delas ficariam bem visíveis – nos braços e coxas), e que muito menos iria à praia de biquíni com aquele monte de pelanca pendurada”.

E neste mesmo dia, depois de se acalmar um pouco, F. me disse, olhando nos meus olhos: “Tenho saudade do que eu era antes. Porque antes pelo menos eu podia reclamar que o mundo não me aceitava como eu era, mas eu era eu, e em dias bons até conseguia me achar bonita. Hoje eu sou apenas o rascunho de uma tentativa de ser alguém que nunca vou ser. Nunca vou ser linda como uma top model ou uma atriz de TV, porque por mais que eu faça, nunca vou ter o corpo que elas tem.”

Gente, desculpem eu estar me alongando tanto neste comentário, mas eu queria muito compartilhar esta história (real) com vocês. Porque eu realmente acho que – se não todas, a maioria – das mulheres que fazem a bariátrica por estética tem uma visão deturpada do resultado. E a chance de frustração é enorme. E é um caminho sem volta.

Eu, mais do que ninguém, sei que emagrecer não é fácil e que ser gordo não é sinônimo de relaxo. Sei que pra engordar não basta comer muito da mesma maneira que pra emagrecer não basta fazer dieta, as pessoas simplificam tudo e o gordo fica carregando esta culpa para o resto da vida, mas FATO É QUE existem muitas alternativas que merecem ser tentadas antes de se optar pelo radicalismo da cirurgia.

Se fosse uma filha ou irmã minha, ou mesmo uma amiga muito próxima, eu faria o papel de amiga chata e tentaria convencê-la a tentar primeiro outras alternativas, a tentar praticar atividade física, a tentar mudar de hábitos, a tentar tudo, até remédio, se fosse o caso, antes de radicalizar. Isso, na pior das hipóteses, daria tempo pra pessoa absorver melhor a questão da cirurgia globalmente, inclusive e especialmente com relação a esta questão da expectativa X realidade.

Eu sei o que eu vi nos olhos da minha amiga F., no dia em que ela admitiu pra mim que idealizava algo que nunca alcançaria, mesmo se perdesse 300 quilos. E foi algo muito triste. Mais triste ainda por ser um caminho sem volta.

Desculpem a minha sinceridade, mas eu acho que em todo “debate” vale à pena considerar outros pontos de vista, e o melhor que posso dizer é:

“ANTES DE PARTIR PARA UMA SOLUÇÃO RADICAL (de resultados imprevisíveis), VOCÊ REALMENTE JÁ TENTOU TUDO PRA CONSEGUIR EMAGRECER? VOCÊ REALMENTE JÁ TENTOU LEVAR UMA REEDUCAÇÃO ALIMENTAR A SÉRIO, JÁ TENTOU PRATICAR ATIVIDADE FÍSICA REGULARMENTE, JÁ TENTOU SE CONSULTAR COM UM MÉDICO PRA TRATAR EVENTUAIS DISFUNÇÒES METABÓLICAS? LEMBREM-SE QUE NADA NESSA VIDA É OBTIDO SEM MUITO SACRIFÍCIO, E O CAMINHO MAIS FÁCIL DA CIRURGIA É APENAS UMA ILUSÃO, PORQUE HÁ TANTO SACRIFÍCIO QUANTO, OU ATÉ MAIS, COM A DIFERENÇA DE QUE, UMA VEZ FEITO O PROCEDIMENTO, NÃO HÁ ARRPEENDIMENTO CAPAZ DE FAZER AS COISAS VOLTAREM ATRÁS.”

É só a minha opinião.

Beijos Fartos, e cuidem-se!

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Olá !
Eu sempre estive acima do peso, não tão pesada quanto estou hoje, mas sempre acima do ideal.
Eu tenho 23 anos, sou negra, tenho cabelo afro, enfim ja nasci fora dos padrões e mesmo se eu fosse magra sofreria algum tipo de preconceito. Por ser pobre, preta e de cabelo ruim.(sim isso existe e acontece)
As pessoas sempre vão falar mal de vc. “As loiras são burras”, “as ruivas são taradas”, “negro num carrão é o chofer”.
É difícil ser gorda tanto quanto ser negra, ser estrangeiro, ser nordestino (em alguns estados de SP). As pessoas seeempre vão te rotular, o mundo nunca vai te aceitar como vc é e sempre terá alguém que vai te odiar sem motivo.
Quanto mais a gente tenta se encaixar nos padrões mais sem identidade a gente fica. Eu não quero me tornar um reflexo mal acabado dessa sociedade preconceituosa. Burra, superficial. Que não luta por um mundo melhor e prefere julgar as pessoas pela aparencia. Eu nunca serei aceita, nunca serei igual e me orgulho disso.
Eu fiz muita coisa pra ser aceita nessa vida, feri alguns princípios pra me enturmar e Deus sabe como me arrependo.

O mundo nunca muda a gente é que muda o jeito de olhar pra ele.

Se um cara num olha pra vc pq vc é gorda vc tem certeza que quer emagrecer pra ficar com um tipo preconceituoso desse ?

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Sou caucásica, tenho peso proporcional e já nasci pequeno burguesa. Mas ainda assim, alguém sempre acha algo que pretexte estigmatização. Muitas vezes é porque sou independente demais para o padrão comportamental de puxasaquismo. Ou seja, até temperamento e psiquismo sofre padronização. A verdade é que esta é uma nação de fracassados onde a maioria tem que estar sempre achacando alguém para se sentir um pouco menos inferior.

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Paulinha, simplismente fantástico seu texto.
Andei escrevendo sobre isso também, mas pra mim. Tenho esses textos guardados pra mim.
E é EXATAMENTE o mesmo que eu passo, o mesmo que eu sinto, o mesmo que eu penso.
Não tenho palavras pra falar disso, lagrimas são o que acontece neste momento.

beijinhos

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Eu me sinto como sua irmã,só que vocês são lindas
eu tenho uma cara horrorosa, logo sofro tudo isso e mais um pouco

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Tá maluca, menina? Não me diga que a tal “cara horrorosa” é só por não ser caucasiana, é?

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