Vamos conversar, eu e você, um papo de amigas. Farei uma pergunta e gostaria que você me respondesse com muita sinceridade, então respire fundo, leia a questão, reflita por um minuto e depois me responda mentalmente: Você realmente acredita que um corpo magro ou dentro dos padrões tem o poder de fazer as pessoas mais felizes?

Recentemente recebi dados de uma pesquisa feita pela Dove e um dos dados que mais me chamou atenção não é, para mim, alarmante, pois é um reflexo do que recebemos da mídia e da sociedade como um todo: 89% das mulheres e 75% das meninas sentem que existe muita ênfase na beleza como fonte de felicidade.

O conceito de beleza é absolutamente abstrato. O que é lindo para uns pode ser horrível para outros e todo mundo sabe disso no racional, mas o que fica mesmo no nosso interior – e que martela vez ou outra em nossa cabeça e dói, faz a gente se sentir um nada e absolutamente errada – é aquele “bendito” formato ideal que a mídia e a moda tanto propagam e que, provavelmente, só condiz a uns 2% da população brasileira.

Vamos voltar a falar da felicidade. De acordo com a sociedade ela pode ser encontrada em um manequim 36 ou 38, em um cabelo longo, loiro e liso, olhos claros, pele bronzeada, curvas torneadas com um percentual mínimo de gordura, bumbum redondinho (mas sem celulite, lógico e ah, sem estrias também), dentes brancos perfeitamente alinhados – em uma boca carnuda, lógico – e em uma cintura que poderia ser esculpida por Leonardo da Vinci (acrescente um nariz arrebitadinho e pequenino aí também). Todos os dias você liga a TV, o computador, folheia revistas e é bombardeada com esse conceito de “beleza perfeita e admirável”. Isso você já está cansada de saber, mas já parou para refletir que, em algum momento da sua vida, você fará ou fez dela sua meta de vida?

imageEu passei pelo menos 27 anos da minha vida tendo certeza que se eu emagrecesse seria feliz porque, na minha cabeça, magra os homens me olhariam, as pessoas me admirariam, eu me sentiria segura e confiante e poderia usar todas as roupas que eu quisesse. Alguns anos se passaram e hoje, aos 33, os homens me olham, as pessoas me admiram, eu me sinto segura e confiante e posso usar a roupa que eu quiser porque sou feliz sendo quem sou. Um dia eu acordei e decidi que eu iria tentar fazer as pazes com a minha imagem, com a balança, com a minha vida: nesse dia eu comecei minha jornada de autodescobrimento, autoestima e aceitação. Ela irá durar para sempre, mas foi essa decisão que mudou a minha vida e fez de mim uma grande mulher.

Não existe aparência perfeita ou certa: somos plurais, somos diversas, somos diferentes e o nosso conceito de beleza deve ser fora da caixa! Esqueça aquilo que te dizem para ser todos os dias: seja a sua melhor versão de você, valorize seus atributos, trabalhe em seu interior para que sua personalidade irradie seus reais encantos. Você pode e deve ser o que você quiser: seu corpo, seu cabelo, suas roupas, sua personalidade é o que fazem de você uma mulher única e especial, que deve ser valorizada e amada, mas esse primeiro passo – e o mais importante de todos – não virá dos outros: deve partir de você!

É por acreditar que não existe beleza certa ou ideal, e por ter aprendido a me amar como sempre fui – uma grande mulher fora do padrão –, que meu coração se alegra quando vejo grandes marcas de beleza como Dove se posicionarem de forma a valorizar a beleza fora da caixa, a quebra do estereótipo e a pluralidade da mulher brasileira porque é disso que precisamos. A mudança precisa acontecer na sociedade como um todo, mas ela começa dentro de nós, se inicia com a linda decisão de acreditarmos em nós mesmas, na capacidade que temos de conquistar o mundo sendo quem somos, na crença de que plenitude não acontece apenas para quem determinado tipo de aparência, isso é ilusão. Vivemos na realidade e a realidade, minha amiga, eu te digo: se eu consegui enxergar que a felicidade não estava na minha aparência e sim no meu conjunto, nas minhas decisões e nos meus momentos é porque você também consegue, basta querer. Você não está sozinha: me dê sua mão, grude na minha que iremos caminhar juntas porque o caminho é longo, mas é absolutamente maravilhoso e libertador!

Ah, onde moram a beleza e a felicidade? Elas habitam dentro de você, basta querer encontrá-las: ambas te esperam de braços abertos!

(Para participar da nova campanha de Dove e incentivar outras mulheres a mostrarem sua beleza, troque sua foto do perfil nas redes sociais e acesse o site: http://www.belezaforadacaixa.com.br.)

*Este post não é um publieditorial. Fui escolhida para ser uma das influenciadoras da nova campanha de Dove, no entanto esta publicação foi escrita por vontade própria, por ser a causa que eu defendo e acredito. Visto a camisa da aceitação, da beleza real e seria impossível para mim não refletir sobre o tema e trazer um conteúdo do meu coração para o de vocês!

Comentários

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7 comments

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Paula, obrigada!
Agradeço a Deus por existir pessoas como você, que me despertaram para o melhor fizeram me olhar e entende que devo me ama como sou.
E de ver como é simples ter a felicidade, que está em nós mesmos e alias sempre esteve.
Perfeito este texto, muitas mulheres se enquadram em cada palavra.

Grande abraço.

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Ah Viviane, que gostoso ler seu comentário! Você nem imagina como eu fico feliz!
Espero que eu consiga te ajudar sempre e muito com minhas palavras!

Beijo grande

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Me dê sua mão, quero ter essa auto estima q vc tem, não consigo mme olhar no espelho e ver tudo isso???

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Você está certíssima. Vivemos em um mundo onde a aparência parece que é o principal em alguém. Esqueça caráter, simpatia, valores, alegrias etc. Somente a aparência importa. E somos bombardeadas com imagens de pessoas saradas, gostosas, magras e malhadas o tempo todo. Em comerciais, nas redes sociais, etc. E essas pessoas não tem noção do quanto estimulam outras a buscar esse corpo (praticamente inalcançável se você tem uma vida onde existe trabalho, casa e etc.) e muitas vezes fazem sacríficios enormes, comprometendo a saúde pra caber numa calça 36.

Outro dia eu li que uma atriz (não lembro quem) tinha emagrecido sei-lá-quantos-quilos e agora cabia numa calça 34. Gente, PORFAVOR! 34 é tamanho de criança. Tudo bem que tem esse biotipo mesmo, existem pessoas mignon, que vestem 34, mas é o que? 1% da população?

A Patrícia Poeta mesmo emagreceu horrores, na minha opinião ficou horrenda cadavérica, e pra que? Pra ficar esquelética. Mas choveram comentários positivos, achando lindo. A mulher perdeu 10kg em 1 mês. Onde isso é saudável? Só se ela fosse obesa mórbida e estivesse de dieta né?

Outra declaração absurda foi da Deborah Secco que disse que na gravidez passou 23h sem comer em uma dieta sem carboidratos e com gordura. Imagina uma menina com baixa auto estima lendo isso e pensando: “opa, ela emagreceu sem comer 1 dia inteiro, vou fazer tb!”

Olha, surreal!

Desculpa o comentário gigante, é q me revolta às vezes.

bjs
Larissa

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Lari, jamais se desculpe por um comentário grande porque esse espaço é para vocês e para discutirmos mesmo. Essas celebridades muitas vezes fazem um verdadeiro desserviço e são vítimas dessa escravidão do corpo e da mídia. Uma pessoa que lê uma declaração dessas realmente se abala e toma como exemplo. Chega a ser perigoso e é um gatilho para desenvolverem distúrbios alimentares e tal. Puxado, viu?^

Beijos

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concordo com voce, durante muito tempo não nos aceitamos pois temos na nossa cabeça o padrão estabelecido pela midia e pela moda. Mas com o tempo e talvez com a maturidade entendemos que cada pessoa traz em si uma beleza singular e especial, que talvez não seja o estabelecido, mas nem por isso não é belo.
Sou pluz size, e me acho linda e agora contamos com a moda a nosso favor e tenho certeza que a felicidade não depende de estarmos magras e sim de nos aceitarmos como somos.

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Sonia, tão bom ver uma mulher com esse discurso! Estou muito feliz por você. Espero que você possa “contaminar” as pessoas ao seu redor com esses pensamentos e essa atitude linda!
Beijo grande

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