Escrito por Paula Bastos e Deka Pimenta (@Deka_Pimenta)

Oi, prazer. O meu nome é Idiota.

Eu sou aquela que já terminou um namoro com um completo babaca e algum tempo depois o aceitou de volta, porque acreditou que ele havia mudado. Sou aquele que foi traído e fez vista grossa, ou simplesmente perdoou a traição, porque tinha mais medo de perder o amor da sua vida do que de vê-la com outra pessoa.

Eu sou aquela que preferiu concordar com o namorado no momento em que ele estava errado e gritando comigo, completamente fora de si, porque sabia que quando ele se acalmasse entenderia que fez cagada. Eu sou aquele que era tratado como lixo pela mulher e ainda assim fazia de tudo por ela, até esgotar todas as tentativas de fazer dar certo. Sou todos esses e essas e sou muitos outros e outras que já cansaram de ouvir por aí: “Você é um otário.”

Não, não sou. Sou uma pessoa apaixonada.

As pessoas apaixonadas aceitam os defeitos, perdoam os erros, aprendem a lidar com as dificuldades, tudo porque amam. Na maioria das vezes essa entrega toda não é correspondida à altura. Para ficar ainda mais claro, não é raro ver alguém se aproveitando de todo esse desapego e explorando o sentimento de alguém. Mas nem por isso a culpa é do “otário”.

Tudo o que o “otário” fez, foi amar alguém. Foi cuidar dessa pessoa. Foi fazer de tudo por um relacionamento. Onde isso é errado?

Errado é você trair a confiança de alguém. Enganar. Mentir. Tratar mal. Agredir. Ignorar. Abusar do amor de alguém. Cansar a pessoa que gosta de você. Tudo isso é muito feio. E ainda assim, no final, a única pessoa que amou de verdade, sai como o idiota da história. Vêem o tamanho da injustiça?

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Quando estamos falando de amor, todo mundo parece ter fórmulas mágicas para sanar todo e qualquer tipo de problema. Ninguém tem culpa de se apaixonar. Muitas vezes, quando percebemos, o coração já está cheio de luz e o estômago de borboletas e, mesmo que a situação pareça impossível, isso não faz de você um idiota. O amor enche os seus olhos de ternura, os seus ouvidos de paciência e transforma o seu colo em almofada, o seu abraço em acalento e as suas palavras em docinhos que enchem a alma do outro de açúcar e afeto – afeto esse que muitas vezes não é apreciado.

O outro também não tem culpa de não querer aquilo que você tem a oferecer. Às vezes não rola, não clica ou não é o momento e nem por isso ele será um otário. Essas situações sempre têm dois lados que vêm sempre da mesma direção, geralmente disfarçada dos seus amigos. Sim, porque para elas quem não te dá valor e não aceita o seu amor é um otário, mas, ao mesmo tempo, você é uma idiota por se doar tanto, por gastar tanta energia com uma pessoa que pouco se importa com você.

Não existe regra e não existe certo ou errado porque estamos falando de pessoas e de sentimentos. O que seria de nós se não levássemos uns foras, uns tombos e não passássemos por uns caras errados até conhecer o certo? Veja o processo todo como a lapidação de um diamante que está sendo esculpido para, um dia, reluzir lindamente nas mãos de alguém que sabe apreciar seu verdadeiro valor, mas jamais se sinta idiota por doar o que há de melhor dentro de você.

É nessa hora que a gente pensa… o que vale a pena? Se apaixonar ou ficar eternamente preocupado com a possibilidade de sair como o bobo iludido da vez? Estar na companhia de alguém legal ou correr o risco de acabar como a megera da história?

De uma coisa tenha sempre certeza: as pessoas vão falar, vão achar isso ou aquilo, de uma forma ou de outra. Mas não deixe que isso afete a beleza do que você sente. Você teve algum motivo para se apaixonar e pode ser que agora tenha vários para desencanar, mas um amor sempre é lindo.

E vale lembrar que ninguém é obrigado a aceitá-lo só porque despertou isso em você. Acontece. O sentimento é um presente que brota dentro da gente, para ser oferecido a outra pessoa. Mas se essa pessoa não quiser, não tem problema. Você não cometeu erro algum. E ninguém tem o direito de te depreciar por conta disso.

Se isso é ser idiota, então que o sejamos todos.

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Comentários

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5 comments

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EBA!!! EU SOU UMA IDIOTA COM VOCÊS, GIRLS!!! <3
=****

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Uauuu Paula! Que texto é esse ?! Muito bem escrito e com o conteúdo muito bacana!
Te garanto que me tocou …. eu sempre tenho medo de ser a “idiota da vez”, mas esse texto me fez pensar – e por que nao ?
Vocês estão de parabéns!
Beijos e bom fds ;*

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AMO SEUS TEXTOS, SEMPRE FALAM MUITO COMIGO…ACABEI DE PASSAR POR TUDO ISTO.

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Paula, genial esse texto.
Simplesmente porque todas nós sabemos as respostas, no entanto quem é capaz de colocá-las em prática?
Tudo o que você descreveu como ser ” idiota” pode ser traduzido em “ter baixa auto estima” , ” não ter respeito por si próprio” …. e mais um monte de coisas, que na teoria faz todo o sentido. Mas e na prática?
A questão é uma só… na prática, a teoria é outra!

Basta apaixonar-se para que toda a razão cai por terra. Me lembro de um dia, extasiada de tanto me sentir uma “idiota”, e permitindo mais uma vez ser desrespeitada, dei de louca e comecei a falar sozinha ( e na frente dele): Um dia vou conhecer alguém que vai merecer tudo o que eu faço por essa pessoa que me destrói, esse alguém vai me dar carinho sem eu pedir, vai me recompensar por todo esse sofrimento, e eu vou saber que não fui tonta por ser assim, fui apenas Eu.
Fiz dessa loucura um mantra…

E viva Lulu Santos: O que eu ganho e o que eu perco, ninguém precisa saber ( e muito menos se intrometer)

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Adorei! Os momentos em q me sinto idiota são poucos e insignificantes diante da grandeza do meu amor. É maravilhoso se doar, mesmo pra alguém q não sente o mesmo; nos tornamos pessoas melhores… só o amor faz isso!

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